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quarta-feira, 8 de maio de 2013

REUNIÃO ORDINÁRIA DA SOBRAMES-CE - 8 DE MAIO DE 2013

Hoje, dia 08/05/2013, quarta-feira, às 19h30, realizou-se mais uma reunião ordinária da SOBRAMES-CE,  na sede do Country Club, com a presença do presidente da SOBRAMES Nacional, Dr. Sérgio Pitaki. 
Na presença de vários sobramistas, o Dr. Sérgio discorreu sobre seus  projetos de viagens e sobre sua  administração frente à SOBRAMES.
















terça-feira, 7 de maio de 2013

POR: ROBERTO A. CARNEIRO -SONHAR É PRECISO...RAC 2013


 Dr. Roberto A. Carneiro - Médico, Membro da SOBRAMES de Curitiba e da Academia Nacional de Medicina.


SONHAR É PRECISO.....RAC    2013

ACORDAR DE UM SONHO
REMEMORAR AS NUANCES SONHADAS
APASCENTAR NOTAS E VIVENCIAS
REITERAR OS MOMENTOS SONHADOS.
SONHAR MESMO ACORDADO É PRECISO...
O SONHO É O IMAGINÁRIO CRÍVEL
PASSAGENS TURBULENTAS NUM SOMATORIO
CARREGANDO EMOÇÃO E MUTAÇÕES.
PEREGRINAR PELO ETÉREO MUNDO.
SONHAR É NECESSARIO PARA VIVER...
CAPITULAR FRENTE  A DEVANEIOS MIL
SECUNDAR O FEIXE DE PASSAGENS ESTREITAS
MATERIALIZAR O IMPOSSIVEL..
VIVER  MAIS UM DIA DE ALEGRIAS NO SONHAR
PENETRANDO FUNDO  NA ALMA DO MERO  SONHADOR.
IMPOSSIVEL DEIXAR DE SONHAR...
DEUS NOS DEU  NO SONHO A PRESENÇA DO INIMAGINAVEL.
EU SONHO TODOS OS SANTOS DIAS E DIAS SANTOS,
CARREGO  SEMPRE NA ALMA O DIVISOR DA IMAGINAÇÃO...

POR: VICENTE ALENCAR - FOLHA DE PAPEL

 
Vicente Alencar - Jornalista e Diretor de Cultura e Divulgação da SOBRAMES-CE
 
FOLHA DE PAPEL

A folha em branco
esperava apenas por mim, 
pelo meu estado de espírito.

Eu estaca tranquilo
e pensava em você.

Olhei as fotos
com muito amor.

Recordei todos os momentos
vividos a dois.

A folha em branco,
de repente, foi tocada.
Começava minha febril
atividade de escrever
para você.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

POR: SÉRGIO MACEDO - FALTAM METADES

 
Dr. Sérgio Macedo - Médico e Membro da SOBRAMES-CE

FALTAM METADES

Faltam metades
Nesse carrossel trôpego.
Metades doces,
O verso em branco,
De alguma página mal escrita.
De algum beijo mal remunerado.

Faltam metades nesses abraços meio soltos,
Nesses sorrisos meio sem graça, de faz de conta.
Nessas vidas meio sem rumo, prumo.

Faltam metades nessas camas
fartas em lençóis e plumas, 
pobres em almas e espanto.

Faltam metades nesses dramas que,
sem solução, se arrastam
como o fel no altiplano.

Faltam metades nessas desculpas mal armadas,
Nessas promessas nunca cumpridas.
Faltam metades nos nossos encontros
A que sempre fui,
Nos desejos que sempre tive,
Nas mágoas que sempre desejei despejar 
no abismo.

* Poesia publicada em POLICROMIAS.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

POR: RAYMUNDO SILVEIRA - A POSSUÍDA


Dr. Raymundo Silveira - Médico e Membro da SOBRAMES-CE
A POSSUÍDA (Conto)

 

“Não importa que não me acreditem, mas só digo a verdade – mesmo quando ela é inverossímil”.

Mário de Sá-Carneiro: A Confissão de Lúcio



 Era casada, a Possuída. Muito bem casada. E não sabia. Eu tampouco sabia que ela não sabia. Decerto a inconsciência da sua situação conjugal, levou-a a se envolver comigo. Paixão recíproca e avassaladora. De súbito, e sem qualquer motivo aparente, me ignorou como se jamais tivesse sequer me conhecido. Só ao comparar o seu comportamento atual com o anterior, e reler as cartas que me escreveu, descobri que estive apaixonado por uma pessoa que nunca existiu antes. Tratava-se de algo que também nem existe mais. Não passava de um clone avariado e desgarrado que se recuperou e reverteu à matriz.


Sentindo-me mais perplexo e curioso do que decepcionado e saudoso, decidi investigar tudo com máxima isenção emocional. Estudar uma doença desconhecida como um pesquisador, dela recém-curado. Fui aos livros. Primeiro, aos científicos. Não encontrando nada pertinente, recorri à literatura fantástica. Três obras me chamaram a atenção: “O Horla”, de Maupassant; “William Wilson”, de Poe; e “O Duplo”, de Dostoievski.


Concluí, em primeiro lugar, que a chamada “verdade” cartesiana não passa de mais uma ilusão; uma religião cuja deusa é uma duvidosa “razão”. Concluí também que a Possuída foi um ogro que devorou um naco apreciável dos meus sentimentos mais profundos, sem que eu e ela nos déssemos conta disso.


Ignoro a que se deve o ato falho que o inconsciente me impingiu ao nomeá-la “Possuída”. Pois em verdade foi ela quem me possuiu. Trago um computador de neurônios que é a minha perdição. Terrível e prodigiosa, a memória quase me destruiu.


Começou com um inocente louvor à sua beleza, ao qual ela reagiu com um sorriso maroto e convidativo. Foi o bastante para a represa arrebentar. Não esqueço um só detalhe. Das alucinantes carícias, à loucura de me vestir com o avesso das suas entranhas mais tenras, macias e aconchegantes, a ponto de imaginar que jamais me desnudaria. Das cavalgadas, ora em choutos, ora em galopes, sob o seu absoluto domínio, às estranhas e inéditas experiências a que me submetia. Como aquele furor de alternâncias entre dois abrigos vizinhos, embora me implorasse para chover no seu rosto. Das palavras divinamente sujas de fêmea inteligente e vadia, aos estremecimentos, quase sincopais, ao me deglutir e regurgitar em ritmo crescente, até me esvaziar literalmente de tudo.


Algumas das suas falas menos obscenas durante os atos de amor, ainda geram calafrios:


“Então, vem… chupa ela bem gostoso…”; “… Delicioso…”; “começa passando a língua, depois morde devagarinho o g…”;  “…assim… me segura pelo quadril, e me chupa até eu gozar na tua boca…”; “enquanto você me chupa, vou subindo e descendo a boca nesse c. tesudo… agora enfio ele até a garganta…”; “agora passa ele pela b. e pelo c. pra sentir tudo o que te espera…  me f. com a língua, vem…”… devagar, porra nenhuma…. tô com gana de você… Mesmo doendo, sentei pra valer… vou remexer tanto, que vai doer mais em você do que em mim…”


É o ponto extremo aonde me atrevo chegar, sem me tornar fescenino, ou correr o risco de desmaiar… Mesmo sabendo que ela não sabe que isto e muito mais coisas aconteceram. Pois Ela não é “Ela”. É uma esposa fiel, como, aliás, sempre foi. Quem fazia e falava aquilo era a metade de uma mulher sem consciência da sua outra metade. Então, me sinto na singularíssima condição de um dissoluto que prevaricava com um fantasma… Para evitar palavras mais contundentes e absurdas, tais como: um estuprador seduzido pela própria vítima que, por sua vez, nunca existiu. Este redemoinho de loucuras me trouxe a mais firme convicção de que o ser humano é uma cratera sem fundo aberta por um meteoro de carne na epiderme do universo.


Capítulo do livro “Contos de Alcova”.


Raymundo Silveira é médico e escritor. É membro da SOBRAMES (Sociedade Brasileira de Médicos Escritores). Em 2010 ganhou o Prêmio Literário Para Autores Cearenses, com o livro de contos e crônicas: “Louca Uma Ova”. Em 2011 recebeu o Prêmio Nacional de Conto e Poesia “Correio das Artes 60 Anos”, promovido pelo governo da Paraíba, com o livro de contos “Lagartas-de-Vidro”. Foi um dos vencedores da Bolsa Funarte de Criação Literária – 2010, com o livro “Medicina Crônica”. E-mail: raysilveira@uol.com.br

POR: VICENTE ALENCAR - MINHA CIDADE

 
Vicente Alencar - Jornalista e Diretor de Cultura e Divulgação da SOBRAMES-CE
MINHA CIDADE

Minha Cidade é meu poema.
É ela que me faz sorrir
quando chega a tristeza
e me deixa louco
quando vejo
que está sendo maltratada.
Minha Fortaleza é meu amor
sem beijos e sem abraços,
mas de intensa magia...

quinta-feira, 2 de maio de 2013

POR: EDGARD STEFFEN - PERDIDO EM ROMA

 
Dr. Edgard Steffen - Médico Pediatra e Escritor

                             e-mail  edgard.steffen@gmail.com       

                            Perdido em Roma

Outro mote a designar grande perda de oportunidade reza "Ir a Roma e não ver o Papa"
Notícia publicada na edição de 23/03/2013 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 2 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Quem tem boca vai a Roma (Aforismo popular)


Este brocardo repetido ad nausean indica que você encontra qualquer endereço, se não tiver vergonha ou preguiça em perguntar. Na internet, versão tenta mudar o sentido. A frase correta seria: "Quem tem boca vaia Roma". Não creio seja verdadeira. Alguns césares como Calígula e Nero mereceriam vaias, mas o antigo Império Romano tem de ser visto, ao lado da Grécia Antiga, como base da Civilização Ocidental. O Cristianismo teria grandes dificuldades na expansão, não fossem a extensão territorial do Império, as estradas construídas para deslocamento das legiões e o beneplácito do Direito Romano.

Outro mote a designar grande perda de oportunidade reza "Ir a Roma e não ver o Papa". Neste mundo moderno, turístico, das viagens facilitadas, quem tem dólares (ou euros) vai a Roma. Ver o Papa já é outra conversa. Leve binóculo. A não ser que Francisco mude o procedimento padrão e desça à Praça de São Pedro, você somente poderá vê-lo muito de longe, na janela de onde saúda fiéis e turistas. Visitar o Vaticano vale a pena. Ao circular pelas igrejas e museus, de muito perto, você poderá ver o que de melhor o Renascimento produziu, tanto em pintura quanto em escultura.

A cidade-estado é um enclave murado dentro de Roma. Com seus 0,44 km e aproximadamente 832 habitantes, é o menor país do mundo tanto em área quanto em população. Fora do enclave, pertencem ao estado eclesiástico o Palácio de Castel Gandolfo e três basílicas (São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros). Pelo Tratado de Latrão (11/02/1929), o ditador fascista Benito Mussolini reconheceu o Vaticano como estado soberano, independente, neutro, inviolável e sob a autoridade do Papa.

Obelisco egípcio, construído há mais de 4.000 anos, marca o centro da Piazza San Pietro. Calígula trouxe o troféu, do Egito, para marcar o centro do Circus Maximus. Ao pé desse marco, o apóstolo Pedro teria sido crucificado de cabeça para baixo. O Papa Sisto V (1586) mandou colocar o obelisco no centro da Praça. Modificou-o: no globo metálico dourado foram depositados fragmentos do lenho original; no ápice, cruz metálica.

No interior da Basílica de São Pedro a maior do mundo você poderá apreciar a Pietà, esculpida em mármore de Carrara, por Michelangelo. São duas figuras: a Virgem e o Filho. Desde que um louco tentou destruí-la a marteladas, a escultura está protegida por uma caixa de cristal à prova de balas. Se você prestar atenção, perceberá que o genial escultor modificou as proporções das figuras para dar beleza à obra. A Mater Dolorosa está sentada; é muito maior e corpulenta que o Crucificado ao seu colo.

Se reduzíssemos aos tamanhos naturais, Jesus mediria 1,80 m enquanto Maria teria mais de dois metros de estatura. A genialidade do escultor inferiu a tendência a se ter piedade da figura menor. A Madonna face bela apesar do sofrimento parece mais nova que o Filho. Criticado, o escultor teria replicado: "A Mãe de Deus nunca envelhece!". Na Capela Sistina, você terá de entortar o pescoço para apreciar outra obra prima de Michelangelo. Na abóbada, cenas bíblicas pintadas pelo genial artista (que trabalhou deitado).

Na única ocasião em que pude visitar a Europa (1975) quis ver o Moisés de Michelangelo. Andei quilômetros a pé graças a meu precário entendimento da língua italiana. De informação em informação, zanzei muito antes de chegar ao objetivo. Cheguei até a entrar na basílica de Santa Maria Majore. Prova que pela boca se vai a Roma, mas, para não se perder, precisa falar e entender o italiano.

- Fontes: Wickipedia, Admirável Mundo Médico ( A.J.C. Bezerra), César e Cristo (W.Durant).