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quarta-feira, 8 de outubro de 2025
POR RONALD TELES: CICATRIZES
terça-feira, 7 de outubro de 2025
CONVITE
Local: Centro de Eventos do Ceará
Horário: 17 horas
POR RONALD TELES: SAUDADES
| Dr. Ronald Teles - Cardiologista |
Saudades
Visitei uma cidade antiga
Arrebatada pelo tempo ido,
Que se fez nova em um lampejo,
E de repente me pôs em lágrimas,
Quedei- me de arrependimento,
Pois voltei ao passado;
A nostalgia que maltrata,
Corrói o espírito,que se descontrói em lástimas,
Suspirando por um alento,
Acolhido na complacência da calma,
Sabendo que visitar o que se foi,
No chão não resolvido das angústias,
É um clamor pelas saudades
Que invadem nossas almas,
De aflições que não mais cabem
Dilacerando nosso ser,
Fragmentos de eternidade,
Reminiscências do tempo
Perdidos em pálidos momentos,
Nos convidando a um novo dia,
Acolhido pelo bom ânimo,
Significando uma nova poesia,
Sonhando tudo que nos projeta à frente,
Motivo para o hoje, o agora e sempre,
vaticínio de um novo amanhã,
Olhos brilhantes na estação,
Local da nova partida,
Amor para nossas vidas
sábado, 27 de setembro de 2025
Por Ronald Teles - ROSAS
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| Dr. Ronald Teles - Cardiologista |
ROSAS
Me cerco de flores,
De amores perfeitos,
Que brotam do meu peito,
E digo não ao ódio,
Resguardo- me de tua face crua,
Humores ácidos que escorrem de teu ser,
Destarte o bem que recebeste,
De tantos que te cercaram,
Em dolorosas vertigens,
Da tua carne atormentada,
Supliciada pelo tempo, por agudos momentos,
Diante tudo que te maltratava,
Agora aqui estamos,
Juntos novamente,
Aproveita a inocência e beleza das rosas,
Que se enchem da graça,
Que vem do alto,
Sem quereres de sol ou chuva,
Brilhando todo o dia,
Com pétalas suaves e molhadas,
Pela brisa e gotas lacrimosas,
Felicidade que não demora,
Mas não te diz nada,
Para que então um dia pressintas,
Que necessitas desta mesma graça,
Liberdade para tua alma
quinta-feira, 25 de setembro de 2025
POR REBECA DIÓGENES: O TEMPO DAS HORAS E O FIM DO MUNDO
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| Rebeca Diógenes - Acadêmica de Medicina |
O Tempo das Horas e o Fim dos Mundos
Antigamente, a vida corria no
compasso dos sinos da igreja e do apito do trem. O dia começava com o galo,
terminava quando o sol se escondia, e o mundo parecia imenso e ao mesmo tempo
simples. As conversas aconteciam na calçada, o tempo era medido pelo cheiro do
café coado e pela rotina das estações. O futuro não se apressava — vinha lento,
como chuva anunciada no horizonte.
Hoje, o tempo não cabe mais no
relógio. As horas se dissolvem em telas luminosas, e a vida é contada em
notificações. Conversamos menos com quem está ao lado e mais com quem está a
quilômetros. O mundo, que antes parecia distante, agora cabe no bolso — mas,
paradoxalmente, nunca pareceu tão esmagador. Falamos em progresso, mas nos
perdemos em algoritmos; corremos contra o tempo, mas sempre chegamos atrasados.
E quanto ao fim do mundo? Talvez ele
não venha com trombetas ou fogo dos céus, mas em pequenas doses cotidianas: no
silêncio entre duas pessoas na mesma mesa, na pressa que devora o presente, na
solidão de quem tem mil amigos virtuais e nenhum ombro real. O fim do mundo
pode estar menos no planeta e mais dentro de nós, no instante em que esquecemos
de viver como antes — com a calma de quem sabia esperar, com a simplicidade de
quem reconhecia beleza no pouco.
Cecília Meireles, em sua delicada
sabedoria, já nos lembrava que “a vida só é possível reinventada”. E talvez
seja isso: o fim não é apenas destruição, mas o perigo de não reinventarmos a
própria existência, de nos perdermos no ruído e esquecermos a poesia escondida
nos gestos simples. Quando deixamos de reparar nas flores que nascem sem alarde
ou no silêncio das estrelas, é como se começássemos a escrever, em silêncio, o
nosso próprio apocalipse.
Talvez o mundo não acabe em
explosão, mas em esquecimento. O fim não será um clarão, mas um piscar de
olhos. E, quem sabe, um dia ainda olharemos para trás e veremos que o
verdadeiro fim começou quando deixamos de olhar o céu — esse mesmo céu de
Cecília, sempre aberto, sempre nos lembrando que “o tempo é a minha matéria, o
tempo presente, pessoas presentes, a vida presente”.
segunda-feira, 15 de setembro de 2025
POR RONALD TELES - TEU OLHAR
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| Dr, Ronald Teles - Cardiologista |
Teu olhar
Vi minha vida nos teus olhos,
Refletida em passos frágeis,
Caminhados e postados,
Às margens de nossos destinos,
Lágrimas escorridas em sussurros,
Pensamentos leves como o vento,
Que assolam em um lamento o passado;
Mas, eis me aqui de novo,
Fitando o sol do teu olhar,
Límpida estrada que me move,
Ao meu interior que tudo pode,
Até mesmo me perdoar,
Quando derramas esta luz dentro de mim,
E recalcitrante ainda erro,
Sabendo que me afasto de ti,
Então me olhas de novo,
E sinto a esperança,
Da paz de uma criança,
Em seu plácido sono,
Sabendo que mais um dia foi vencido,
E antes do sol haver partido,
Habitaste em meu coração
terça-feira, 19 de agosto de 2025
POR RONALD TELES: DESTINO
Destino
Que reverberam em tantos outros,
Que guardo em meu peito,
Mas não me dou o direito de decifrá- las,
Relíquias de novos valores,
Alegrias, amores ou rancores,
Abrasados pelas emoções,
Vivas em teu coração,
Já perdoados pelo tempo,
Descortinando novos rumos,
Avançando em auroras,
Que te acolhem por inteiro,
Te convidando a enxergar- te,
Dentro de si mesmo,
Onde finalmente repousarão,
As asas da paz que elevam teu espírito,
Ao momento mágico e inaudito,
De um sorriso pleno,
Sem mais lamentos,
Pois encontrastes teu destino,
Eras um menino, que homem se tornou.

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