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terça-feira, 7 de outubro de 2025

CONVITE


A Diretoria da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional Ceará, convida a todos para o lançamento de "PISCAR DE OLHOS", a 43º antologia da Sobrames-CE. 


Local: Centro de Eventos do Ceará
Data: 10 de outubro de 2025 (sexta-feira)
Horário: 17 horas 

 

POR RONALD TELES: SAUDADES

 
Dr. Ronald Teles - Cardiologista

Saudades


Visitei uma cidade antiga 
Arrebatada pelo tempo ido,
Que se fez nova em um lampejo,
E de repente me pôs em lágrimas,
Quedei- me de arrependimento,
Pois voltei ao passado;
A nostalgia que maltrata,
Corrói o espírito,que se descontrói em lástimas,
Suspirando por um alento,
Acolhido na complacência da calma,
Sabendo que visitar o que se foi,
No chão não resolvido das angústias,
 É  um clamor pelas saudades
Que invadem nossas almas,
De aflições que não mais cabem
Dilacerando nosso ser,
Fragmentos de eternidade,
Reminiscências do tempo
Perdidos em pálidos momentos,
Nos convidando a um novo dia,
Acolhido pelo bom ânimo,
Significando uma nova poesia,
Sonhando tudo que nos projeta à frente,
Motivo para o hoje, o agora e sempre,
vaticínio de um novo amanhã,
 Olhos brilhantes na estação,
Local da nova partida,
Amor para nossas vidas

sábado, 27 de setembro de 2025

Por Ronald Teles - ROSAS

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

ROSAS


Me cerco de flores,

De amores perfeitos,

Que brotam do meu peito,

E digo não ao ódio,

Resguardo- me de tua face crua,

Humores ácidos que escorrem de teu ser,

Destarte o bem que recebeste,

De tantos que te cercaram,

Em dolorosas vertigens,

Da tua carne atormentada,

Supliciada pelo tempo, por agudos momentos,

Diante tudo que te maltratava,

Agora aqui estamos,

Juntos novamente,

Aproveita a inocência e beleza das rosas,

Que se enchem da graça,

Que vem do alto,

Sem quereres de sol ou chuva,

Brilhando todo o dia,

Com pétalas suaves e molhadas,

Pela brisa e gotas lacrimosas,

Felicidade que não demora,

Mas não te diz nada,

Para que então um dia pressintas,

Que necessitas desta mesma graça,

Liberdade para tua alma

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

POR REBECA DIÓGENES: O TEMPO DAS HORAS E O FIM DO MUNDO

Rebeca Diógenes - Acadêmica de Medicina  

O Tempo das Horas e o Fim dos Mundos

Antigamente, a vida corria no compasso dos sinos da igreja e do apito do trem. O dia começava com o galo, terminava quando o sol se escondia, e o mundo parecia imenso e ao mesmo tempo simples. As conversas aconteciam na calçada, o tempo era medido pelo cheiro do café coado e pela rotina das estações. O futuro não se apressava — vinha lento, como chuva anunciada no horizonte.

Hoje, o tempo não cabe mais no relógio. As horas se dissolvem em telas luminosas, e a vida é contada em notificações. Conversamos menos com quem está ao lado e mais com quem está a quilômetros. O mundo, que antes parecia distante, agora cabe no bolso — mas, paradoxalmente, nunca pareceu tão esmagador. Falamos em progresso, mas nos perdemos em algoritmos; corremos contra o tempo, mas sempre chegamos atrasados.

E quanto ao fim do mundo? Talvez ele não venha com trombetas ou fogo dos céus, mas em pequenas doses cotidianas: no silêncio entre duas pessoas na mesma mesa, na pressa que devora o presente, na solidão de quem tem mil amigos virtuais e nenhum ombro real. O fim do mundo pode estar menos no planeta e mais dentro de nós, no instante em que esquecemos de viver como antes — com a calma de quem sabia esperar, com a simplicidade de quem reconhecia beleza no pouco.

Cecília Meireles, em sua delicada sabedoria, já nos lembrava que “a vida só é possível reinventada”. E talvez seja isso: o fim não é apenas destruição, mas o perigo de não reinventarmos a própria existência, de nos perdermos no ruído e esquecermos a poesia escondida nos gestos simples. Quando deixamos de reparar nas flores que nascem sem alarde ou no silêncio das estrelas, é como se começássemos a escrever, em silêncio, o nosso próprio apocalipse.

Talvez o mundo não acabe em explosão, mas em esquecimento. O fim não será um clarão, mas um piscar de olhos. E, quem sabe, um dia ainda olharemos para trás e veremos que o verdadeiro fim começou quando deixamos de olhar o céu — esse mesmo céu de Cecília, sempre aberto, sempre nos lembrando que “o tempo é a minha matéria, o tempo presente, pessoas presentes, a vida presente”.

 

 

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

POR RONALD TELES - TEU OLHAR

 

Dr, Ronald Teles - Cardiologista

Teu olhar


Vi minha vida nos teus olhos,

Refletida em passos frágeis,

Caminhados e postados,

Às  margens de nossos destinos,

Lágrimas escorridas em sussurros,

Pensamentos leves como o vento,

Que assolam em um lamento o passado;

Mas, eis me aqui de novo,

Fitando o sol do teu olhar,

Límpida estrada que me move,

Ao meu interior que tudo pode,

Até mesmo me perdoar,

Quando derramas esta luz dentro de mim,

E recalcitrante ainda erro,

Sabendo que me afasto de ti,

Então me olhas de novo,

E sinto a esperança,

Da paz de uma criança,

Em seu plácido sono,

Sabendo que mais um dia foi vencido,

E antes do sol haver partido,

Habitaste em meu coração

terça-feira, 19 de agosto de 2025

POR RONALD TELES: DESTINO

 


Destino

Tuas dores são caminhos inexplicáveis,
Que reverberam em tantos outros,
Que guardo em meu peito,
Mas não me dou o direito de decifrá- las,
Relíquias de novos valores,
Alegrias, amores ou rancores,
Abrasados pelas emoções,
Vivas em teu coração,
Já perdoados pelo tempo,
Descortinando novos rumos,
Avançando em auroras,
Que te acolhem por inteiro,
Te convidando a enxergar- te,
Dentro de si mesmo,
Onde finalmente repousarão, 
As asas da paz que elevam teu espírito,
Ao momento mágico e inaudito,
De um sorriso pleno,
Sem mais lamentos,
Pois encontrastes teu destino,
Eras um menino, que homem se tornou.

quinta-feira, 24 de julho de 2025

POR RONALD TELES: PRESSA

 

Pressa

Corro contra o tempo,
Busco o último raio solar ,
Que encontrou o primeiro brilho da lua,
Perdido entre ponteiros de relógio,
Assinando a face clara do destino,
Que me conduziu como um menino,
E agora me fez só, comigo,
Sonhando com a plenitude da calma,
Essa mesma que afaga nossa alma,
Nos mostrando novos caminhos,
Não veredas confusas,
Mas avenidas banhadas de orvalho,
Enfeitadas com flores lindas,
Pavimentadas de louvor e regozijo,
Com tudo o que é preciso,
Para ver que ainda resta alento,
Para saber que não hajam  dolosos lamentos,
Por correr tanto contra o tempo,
Quando tudo que é bom, airoso e profundo,
Guardamos dentro de nossa alma e corações,
Transbordantes de brilhante amor,
Superando dores e cicatrizes,
 Nos libertando então do mundo