Através de um transparente parabrisa,
Sem pudores ou temores, Tempos idos que outrora vivemos,
Por cada automóvel conduzido,
Por seres humanos apressados ou nem tanto,
Que expressavam suas almas em todas as suas matizes,
De riso, temores, encanto ou pranto,
Avançado em em cada pista ou avenida,
Onde olhares se cruzavam instigantes,
Hoje apagados pelo insufilm,
Artefato escuro e mudo,
Escudo do medo e pavor,
Que nos invade diariamente,
Nos transformando em " marcas " de carro,
Lindos, brilhosos e indiferentes,
Reflexo social indelével,
Fenômeno urbano atávico,
Que escraviza quem o sente,
E volta seus olhos saudosos,
Ao passado nostálgico, de um futuro,
Que jamais nos tornará
Felizes novamente.