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terça-feira, 19 de agosto de 2025

POR RONALD TELES: DESTINO

 


Destino

Tuas dores são caminhos inexplicáveis,
Que reverberam em tantos outros,
Que guardo em meu peito,
Mas não me dou o direito de decifrá- las,
Relíquias de novos valores,
Alegrias, amores ou rancores,
Abrasados pelas emoções,
Vivas em teu coração,
Já perdoados pelo tempo,
Descortinando novos rumos,
Avançando em auroras,
Que te acolhem por inteiro,
Te convidando a enxergar- te,
Dentro de si mesmo,
Onde finalmente repousarão, 
As asas da paz que elevam teu espírito,
Ao momento mágico e inaudito,
De um sorriso pleno,
Sem mais lamentos,
Pois encontrastes teu destino,
Eras um menino, que homem se tornou.

quinta-feira, 24 de julho de 2025

POR RONALD TELES: PRESSA

 

Pressa

Corro contra o tempo,
Busco o último raio solar ,
Que encontrou o primeiro brilho da lua,
Perdido entre ponteiros de relógio,
Assinando a face clara do destino,
Que me conduziu como um menino,
E agora me fez só, comigo,
Sonhando com a plenitude da calma,
Essa mesma que afaga nossa alma,
Nos mostrando novos caminhos,
Não veredas confusas,
Mas avenidas banhadas de orvalho,
Enfeitadas com flores lindas,
Pavimentadas de louvor e regozijo,
Com tudo o que é preciso,
Para ver que ainda resta alento,
Para saber que não hajam  dolosos lamentos,
Por correr tanto contra o tempo,
Quando tudo que é bom, airoso e profundo,
Guardamos dentro de nossa alma e corações,
Transbordantes de brilhante amor,
Superando dores e cicatrizes,
 Nos libertando então do mundo

terça-feira, 24 de junho de 2025

Por Ronald Teles: BITUPITÁ


BITUPITÁ

Ofereço este poema ao meu pai Paulo Teles e a todos os meus tios, da família Teles.

Uma luz no pontal reflete em outra no alto mar,
Irradiando meu coração com ondas flamejantes,
Que movem areias em seu leito,
Em um movimento constante,
Vagueando pelos ventos,
Também itinerantes,
Que revolvem o presente e o passado,
Trazendo lembranças vivas,
Espraiadas ao meu lado,
Fugidias por um momento,
E acolhidas em lágrimas,
Que escorrem em meu rosto,
E que secam ao mesmo vento,
Que beija minha face,
E as recolhe no mesmo mar,
Vida e morte de tantos,
Que se foram e ainda estão aqui,
Presentes neste solo sagrado,
Osculado e amado por teus filhos varonis
E agora revisitado por quem sempre te amou,
E fingiu que não te quis,
Pedindo perdão pelo bem que sempre nos deste, e nunca se acabou .

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Por Rebeca Diógenes: Entre Algoritmos e Pulsações - Inteligência Artificial na Medicina.

Rebeca Diógenes - Acadêmica de Medicina 


Entre Algoritmos e Pulsações - Inteligência Artificial na Medicina.

Por Rebeca Diógenes - Acadêmica de Medicina (Unichristus), Advogada(UNIFOR), Escritora e membro da SOBRAMES. Presidente da Liga de Interação Medicamentosa e Dependência Química (LINDEP). Autora de relatos científicos, projetos de pesquisa em trauma e saúde pública. Apaixonada pela medicina que escuta, acolhe e escreve com alma.

Ela chegou de mansinho. Primeiro como curiosidade nos congressos, depois como protocolo no hospital, e hoje… está em quase tudo. A Inteligência Artificial, com seus algoritmos ágeis e respostas rápidas, entrou na medicina com a promessa de tempo ganho, diagnósticos precisos e prontuários mais enxutos.

E é verdade: ela ajuda. Muito.

Lê milhares de imagens em segundos. Cruza exames, sintomas, desfechos — e surge uma suspeita, uma sugestão de conduta, um alerta precoce.

Mas há algo que ela ainda não aprendeu: tocar.

A IA não sente o frio da mão do paciente. Não percebe o tremor na voz de quem disfarça o medo com piada. Não entende o silêncio da mãe que ouve o diagnóstico do filho como quem desaba por dentro. Ela calcula, prediz, orienta — mas não escuta com o coração.

A inteligência artificial pode ser uma parceira fiel. Substituirá horas de burocracia, planilhas, laudos repetitivos. Libertará o médico do peso das tarefas que esvaziam o tempo do cuidar. Mas não, não ocupará a cadeira ao lado da cama. Porque essa cadeira é da escuta, da presença, do “estou aqui”.

O paciente não busca apenas um tratamento. Ele busca ser visto. E para ser visto, é preciso mais do que um software treinado — é preciso empatia, contexto, alma. O bom médico, mesmo com IA ao lado, continuará sendo insubstituível, porque nenhuma máquina lê o olhar como ele. Nenhuma linha de código sente a intuição que pulsa entre os batimentos cardíacos e o histórico familiar.

Se a medicina é ciência, sim, a IA tem lugar.

Mas se a medicina é também encontro, então o humano segue essencial.

Um algoritmo pode prever a falência de um órgão. Mas não acolhe a angústia de um pai. Pode cruzar dados de mil artigos em minutos. Mas não sabe segurar uma mão em silêncio quando a dor é maior que qualquer palavra.

A medicina do futuro será, certamente, tecnológica. Mas que seja também mais humana.

Que o chip não roube o estetoscópio, mas o liberte para ouvir melhor.

Que a tela seja aliada, e não barreira.

Porque, no fim, quem cura não é só o remédio — é o cuidado. E cuidado, minha cara IA, ainda é verbo que só o humano sabe conjugar.

 

terça-feira, 27 de maio de 2025

Recomeçar - Por Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista 

Recomeçar.

É necessário que você durma,
Enquanto sonho acordado,
Sonhos de nossas vidas,
Enfrentados lado a lado,
Em dissabores e alegrias,
Infortúnios, rebeldias,
Em um querer que se renova,
Percorre o leito dos rios,
Invade em cheias, florestas e terras mis,
Retornando de novo ao seu leito e rumo,
Que banha nossos corações,
Tornando-os uníssonos de tudo,
Na busca eterna de nós dois,
Nos arremetendo sempre,
A cheias e secas,
Mas colhendo a chuva linda e benta,
Que floresce de novo nosso querer,
E no restilho de seu orvalho,
Deixa em um claro jardim,
Flores lindas e multicores,
Festa para os olhos e novas almas,
Que se buscam no olor das rosas,
Em sentimentos intermináveis,
A alegria inefável do amor por ti em mim.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Bananeiras - Por Ronald Teles

Dr.Ronald Teles- Cardiologista
 


Bananeira

Entre montanhas, céu azul  e águas plácidas,
Desfilavam pássaros como setas divinas, rosas em multicores,
Borboletas que bailavam ao vento, 
Aquecidas pelo sol, pertinho de tudo,
Em uma brisa fria,
Misturando tudo em alegria,
No contento divino da criação,
Pródiga em alegrar seus filhos, 
Que buscam a satisfação no clamor das grandes urbes,
Mas se rendem à natureza em sua pureza e essência,
Que arremete nossos pensamentos e almas,
Ao lamento do canto de um pássaro,
Ao dia que se queda por trás de um alto do cruzeiro,
Passeia por lindas estradas,
Conventos e mosteiros,
Alçando o criador e sua divindade aos nossos humanos corações,
Que logo se afinam ao sagrado, ao belo e pleno,
Presente de Deus na terra,
A nós que sempre o vemos,
Trazendo uma saudade eterna,
De tudo que ficou para todo o sempre, impresso em nossas retinas.


Dedico este poema aos meus tios Zezinho Almeida e Gilka Toscano

sábado, 29 de março de 2025

FORTALEZA - Por: Ronald Teles

 

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

FORTALEZA

Minhas artérias pulsam em tuas ruas,

Identidade tua em meu ser,

Em caminhos que percorro,

Nos dias suaves e também cáusticos,

No universo e anverso de tua face crua,

Rimas de avenidas, ruas e esquinas,

Onde me ensinas o respeito,

À história que se derrama em teu leito,

Onde brame a força de tua gente,

Que escorre diariamente,

Das escarpas edificadas rumo aos céus,

E se deita também em telhados humildes,

Onde abrigas todos os seres,

Em um abraço franco,

E caloroso,

Energia que flui sem assombros,

Acolhendo todo o teu povo,

Refazendo o mister de cada vida,

Propósito de ida, vinda e chegada,

Encontro, perda, talvez uma nova entrada,

Em labirintos que escondes sutilmente,

Mas se nos revelam novamente,

E osculam tua linda face