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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

POR: FLÁVIO LEITÃO - A PRECORDIALGIA


Dr. Flávio Leitão - Médico e Membro da Sobrames-CE


DO DR. SOFONIAS
“Ainda que a traição agrade, ao traidor tem-se aversão.”
Cervantes.


Não havia quem não conhecesse o Dr. Sofonias naquele velho hospital de tantas homéricas lutas contra o sofrimento dos menos validos.
À esquisitice do nome, ideia de seu pai, um velho protestante ortodoxo que aproveitara o nascimento do filho para reverenciar o profeta menor, aliava uma esfuziante alegria, patenteada por baloiçante sorriso franco, sempre aflorando no canto esquerdo do lábio, infenso que era ao sofrimento que o rodeava.
Apesar do porte agigantado, da acentuada distância que se interpunha entre suas duas omoplatas, tinha o hercúleo torso curvado pelo meio século que já vivera, na azáfama do dia-a-dia e na paciente ausculta das queixas de seus sofridos pacientes. Essa postura deixava-o como se pretendesse fazer respeitosa vênia, ou como se quisesse  esconder-se, como um comum, no meio da multidão de resignados pacientes. Tinha assim aspecto de homem bom, indene às agruras naturais desta passageira vida.
Se os simples mortais adoravam o Dr. Sofonias quanto mais Margarida, rechonchuda quarentona que há muito assediava o bom doutor, que, por sobre não descobrir naquelas formas arredondadas motivo maior para despertar sua concupiscência, pesava-lhe nos ombros um temer exagerado à mulher, a quem parecia amar muito e sabia-se ser bastante ciosa quando se tratava de defender tão rico patrimônio. Más nem os santos resistiram ao espicaçar da luxúria, ao tridente dos ardilosos meneios de corpo de uma mulher, num momento maior de seus lascivos desejos.
E num fim de tarde ensolarada, quando somente o cimo das dunas ainda recebia alguns flavos e tímidos raios solares, terminada a árdua labuta de um agitado plantão, acedeu o Dr. Sofonias ao insistente convite da lúbrica Margarida. Ligou o motor do seu acanhado fusquinha e, sem dizer palavra, deu uma palmada carinhosa no roliço joelho de Margarida, partindo para a aventura primeira e mal planejada.
À medida que se aproximavam do motel, conhecido na irreverência dos colegas como “out line hospital” (hospital de apoio), quando mornos ventos soprados do Atlântico adentravam-lhe as narinas, criando um agradável torpor, o pensamento voava célere, antevendo momentos de agradável concupiscente danação carnal. E o fardo inconveniente de seus rígidos códigos de moral, adquiridos, quando ainda menino, junto a piedosos jesuítas, tornou-se distante e nebuloso. Concomitantemente, um insidioso temor opunha-se à almejada felicidade. Lembrou-se de velho amigo, somente dois anos mais velho, que encontrara, no pecaminoso leito da amante, morte instantânea, dizia-se que por ruptura de vaso mal formado no cérebro.
A companheira do Dr. Sofonias percebeu a angústia do inexperiente médico na arte dos folguedos extraconjugais. Tentou acalmar-lhe, habilidosa e experiente, acariciando-o ardilosamente, na tentativa de fustigar-lhe a chama carnal, enquanto Sofonias dirigia seu velho carro. Ele, contudo, persistia em situação incômoda e chegou a, profanamente, comparar seu caminho ao de Cristo, na Gólgota. E se autopunia pela comparação. Meu Deus, por que se lembrar àquela hora do sofrimento do Cristo? O Gólgota do Cristo foi para redimir a humanidade, altruísmo por excelência, enquanto que o seu, se é que se pode chamar de Gólgota, era apenas para coroar o forte instinto da sua masculina sexualidade, pura lasciva. Se não chegava a ser um blasfemo, era pelo menos um bizantino, em inoportuno instante estar, a suscitar discussões filosóficas que seguramente não iriam contribuir para seu momento maior.
Felizmente as distâncias na cidade não eram grandes e logo se viu Sofonias adentrando, tímido, o hall do acanhado hotel. Envergonhado, mas querendo simular inexistente autoconfiança de experimentado galã, pediu ao porteiro o melhor quarto.
Mesmo após iniciado o jogo frenético das carícias mútuas, dezenas de constrangedores pensamentos roubavam-lhe a tranquilidade necessária para desempenhar-se à altura do que lhe solicitava a trêfega companheira. Soubera, em conversa de corredores (entre a solução de um difícil diagnóstico e o descanso do cafezinho), que a polícia costumava frequentar hotéis daquele tipo, à procura de drogas e prostituição infantil. Meu Deus, não se enquadrava em nenhum dos ilícitos penais. Tranquilizava-se passando, aliviado, a fronha do travesseiro no suarento rosto, como se tentasse apagar do espírito tão desconfortantes pensamentos. Assaltavam-lhe outros maus presságios. Outras espadas de Dômacles logo pendiam do teto mal iluminado do quarto úmido, prestes a despencarem todas por sobre seu desnudo e cabeludo corpo, rasgando-lhe as vísceras, exposto ao escárnio dos amigos. Via-se no banco dos réus da aristocrática família, todos de dedo em riste, a acusá-lo, a escandalizarem-se pelo ignominioso deslize, a recriminá-lo:
-      Então, Sofonias, nos enganamos por todos esses anos?
-    Ora, Sofonias, logo se via que aquela santidade toda não caberia dentro de você!
Magoou-se, em pensamento, profundamente, com o comentário seco e sibilino da sogra – Este cabra nunca me enganou!
E os filhos! Meu Deus! Os filhos eram sua maior paixão. Nada no mundo deixaria ele acontecer que viesse magoar a qualquer da numerosa prole. Eram seus tesouros, sua vida, seu tudo, juntamente com a meiga e casta esposa.
E, lembrando-se do amigo que falecera em renhida refrega amorosa, tentava tranquilizar-se, sabendo que era hígido. Jamais perdera seu precioso tempo em consultório de colegas, com queixas hipocondríacas. Restringia-se, quando muito, a fazer alguns exames que a repartição obrigava-o a submeter-se, por mera rotina. Também nunca tivera a curiosidade de conhecer o resultado dos tais exames. Tinha, assim, uma saúde perfeita. Mas que diabos! Aquele último movimento que fizera para aconchegar melhor a companheira, despertou-lhe uma dor forte no peito. Instintivamente, Sofonias passou a fazer compressão, como se quisesse esmagar a dor, arrancá-la e atirá-la com toda a força de seus braços no meio dos oceanos. Vã esperança. Tudo debalde. A dor se agigantava e adquiria, agora, fórum de coisa grave. Um mal estar gástrico esfriava-lhe as vísceras, esvanecia seu prazer. Um suor frio porejava por toda a extensão do seu corpo. Desaparecera toda a manifestação de sua agigantada virilidade, minguara seu desejo. Convenceu-se do curso de infarto iminente e já se dispunha a pedir socorro quando Margarida, acostumada a lidar com pacientes, tranquilizou-o:
-    Mas, Sofonias, você está sentindo dor no peito direito! E o coração não é à esquerda?
Um sorriso de alívio desabrochou na face simpática do Dr. Sofonias. Só agora percebia ele que seus fantasmas tinham-lhe pregado uma peça estúpida. Sofrera tanto que esgotara suas energias.
E apenas ficou com a satisfação que estava bem. Noutro dia, quem sabe, talvez pudesse desempenhar-se melhor...




Sociedade Brasileira de Médicos Escritores
Amostra Grátis – Fortaleza:SOBRAMES Regional do Ceará
Expressão Gráfica e Editora, 1994
   

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

POR: MARCELO GURGEL - SOMOS OS PEQUENOS DA CRUZADA


Dr. Marcelo Gurgel - Médico e Membro da Sobrames-CE


SOMOS OS PEQUENOS DA CRUZADA

Em 1914, por ocasião do Congresso Eucarístico de Lourdes, na França, germinou a proposta da Cruzada Eucarística Internacional para responder às aspirações do Papa Pio X (papado de 1903-1914) de estimular a prática da comunhão nas crianças. O Papa Bento XV, sucessor de Pio X, na cadeira de S. Pedro, criou, em 1916, a “Cruzada Eucarística das Crianças” ou “Cruzada Eucarística Infantil”.
Depois da I Grande Guerra, a “Cruzada Eucarística Infantil” disseminou-se pelos países, inclusive o Brasil, aqui chegando na década de vinte do século XX. Em torno de 1933, a Cruzada Eucarística acumulava quase três milhões de associados, internacionalmente. Em 1968, durante o papado de Paulo VI, mas sob a inspiração de João XXIII, papa de 1958-1963, a Cruzada ganhou a denominação de Movimento Eucarístico Jovem - MEJ.
A Cruzada Eucarística Infantil começou na Igreja Nossa Senhora das Dores, no bairro Otávio Bonfim, em Fortaleza-CE, nos anos trinta, pouco tempo após a consagração dessa igreja, em 13 de junho de 1930. Popularmente conhecida por “A Cruzadinha”, ela juntava meninos e meninas, entre sete e doze anos de idade, com a intenção de acompanhar a formação dessas crianças na vida cristã, no lar e na comunidade. Era organizada pelas catequistas, sob a orientação de um frade franciscano, e contava com o suporte dos pais.
As crianças da Cruzada Infantil, quando ainda em preparação para fazer a Primeira Comunhão, pertenciam à categoria de aspirantes, que se distinguiam por usar uma pequena fita amarela com uma cruz azul anil ao centro, presa na camisa por um broche, no lado esquerdo do peito, ao nível do bolso. Após a Primeira Eucaristia, na Igreja Nossa Senhora das Dores, os neo-comungantes transferiam-se para a categoria de perseverantes, integrantes da chamada Cruzada Juvenil, notabilizados pela exibição de uma faixa, de um amarelo bem vivo, que era disposta diagonalmente no tórax, partindo do ombro esquerdo e seguindo até o quadril direito, tendo, na face anterior, a mesma cruz azul, e concluindo por duas listras de fita azul, na junção das pernas da faixa. Os membros de “A Cruzadinha”, com os seus garbosos símbolos, participavam das missas e das procissões, e cantavam, com muito fervor, o Hino da Cruzada Eucarística Infantil.
Integrei “A Cruzadinha” na Igreja Nossa Senhora das Dores, como aspirante, de 1961, época em que iniciei a preparação à Primeira Comunhão, ocorrida em 8 de dezembro desse ano, até 1963 ou 1964, quando, infelizmente, da mesma forma que sucedeu em tantas paróquias, essa harmoniosa prática religiosa, de grande resultado social e comunitário, findou em meados dos anos sessenta.
Todavia, o fim desse movimento, como organização sócio-religiosa, foi em parte substituído pelos grupos de jovens. Esses se reuniam no Salão Santo Antônio, aos sábados pela manhã, quando, por volta das 8 horas, começavam por sessão devotada a orações, preleções bíblicas e histórias sacras. Às 10 horas, estávamos liberados para as atividades sócio-recreativas, programadas pelos frades, que incluíam jogos de mesa: damas, xadrez, dominó, ping-pong etc., e mais os jogos de futebol de salão e de areia, respectivamente, na quadra esportiva e no campo do convento.
Eventualmente, éramos brindados com uma sessão de cinema no Cine Familiar, de propriedade da Ordem dos Frades Menores, sendo, então, projetados filmes. de censura livre, sem qualquer restrição etária; eram principalmente comédias do tipo “O Gordo e o Magro”, “Os Três Patetas” e as encenadas por Jerry Lewis; por vezes, em certas datas celebrativas, também eram exibidos filmes de caráter religioso.
O Hino da Cruzada Eucarística Infantil, mais reconhecido por seus versos iniciais: “Somos os Pequenos da Cruzada”, nos últimos tempos, acabou por me trazer à tona, boas lembranças de uma meninice cada vez mais distante.
No ano pretérito (2008), depois de uma infrutífera busca na Internet, fiz um esforço mental para reconstruir a letra desse hino, conseguindo, salvo por algumas lacunas, recompor a maior parte de seus versos. Algumas semanas após a dita anamnese, ao mexer em meus velhos alfarrábios, deparei-me com um rascunho, de meu próprio punho, com a letra do hino feito por mim, em momento de inspiração saudosista, quando eu era acadêmico de Medicina, nos idos dos anos setenta. Na seqüência, persegui contatando pessoas que pudessem lembrar, com exatidão, da letra, tendo encontrado uma ex-catequista de Limoeiro do Norte, que o conhecia inteiramente. Ao meu pleito, fi-la a cantar e pus-me, então, a copiar cada verso e o levei para cotejar com a minha versão já digitada, tendo identificado que eu havia cometido dois pequenos erros.
O Hino da “Cruzadinha”, de autoria ignorada por nós, era composto de apenas duas estrofes, de quatro versos cada, com rimas simples, do tipo “abab”, seguidas de um estribilho de nove pequenos versos, entoados sempre de forma vibrante pelos “cruzadinhas”.
A simplicidade da letra e a familiaridade melódica, fruto de um compositor também por nós desconhecido, conferiam enorme facilidade para aprender a cantá-lo. A letra do hino é mostrada a seguir:
Somos os pequenos da Cruzada / Eterna esperança do Senhor / Somos nós a geração formada / Na escola do Cristo Deus de Amor.
A Cruzada Infantil / Vem trazer ao Brasil / Um vigor novo e forte / Dos pampas ao norte, / Dos campos às serranias, / Das praias ao sertão, / Nós havemos de ouvir / O Brasil repetir / O seu nome cristão. (estribilho)
Nossa Cruzada de crianças / Vai conquistar nova energia / Nessa fonte eterna de esperança / Que é Cristo Jesus na Eucaristia.
A Cruzada Infantil .... (estribilho)
O Hino da Cruzada Eucarística Infantil, aqui exposto, com certeza, irá trazer incontidas recordações a tantos quantos vivenciaram, em nossas paróquias, um tempo de delicadeza e de afeto, justo quando o “ser” era bem mais importante que o “ter”. Quiçá, ele será capaz de despertar, em alguns, a vontade de cantarolar novamente o “Somos os Pequenos da Cruzada”, revivendo momentos de juvenil felicidade.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico e economista em Fortaleza

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

POR: CELINA CÔRTE - RUBEM ALVES



Dra. Celina Côrte - Médica e Presidente da Sobrames-CE


RUBEM ALVES

            — Escolha um autor ou autora..POR.

            Esta foi a frase que ouvi ao telefone. A princesa dos poetas do Ceará, Giselda Medeiros, fez o pedido e não fosse pela honra do convite, teria negado no mesmo momento. Afinal, minha vocação para a história se desrevelou em muito tenra idade.  Gosto mesmo é de inventar, deixar a imaginação à solta. Alguém poderia até me chamar de mendaz. Não aceito a pecha... Escritores não mentem. Apenas criam e imaginam o inimaginável... Nada de dizer o que todo mundo já sabe... É só pura criatividade que se transforma em nossa verdade. Se nascida há mais de 500 anos, até houvesse sido um arremedo bem distante do português Pero Vaz de Caminha, escriba responsável pelo relato da chegada das caravelas ao Brasil, capitaneadas por Cabral. A carta dirigida a D. Manuel I é de admirável leveza literária. Não havia insetos ávidos pelas novas carnes, as índias eram graciosas e superiores às portuguesas deixadas além-mar e os índios bem dispostos ao aculturamento. Descreve a aproximação das novas terras com tal delicadeza que nos leva a imaginar que o Paraíso a que se referem as Escrituras era aqui... De José de Alencar, nem se fala. Ele se superou na imaginação e há quem ainda acredite que a índia Iracema, paixão de Martim Soares Moreno, saía correndo de Messejana para se banhar na bica do Ipu. Apesar desta maratona, um contínuo vai e vem, mantinha-se perfumada e com o adorável hálito rescendendo à baunilha. Coisas da mente!

            Fiz umas duas ou três escolhas e fui contemplada com o querido Rubem Alves, psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro de uma doce sabedoria. Sua maneira de conversar com o leitor transpira tanta bondade e ternura, que me conquistou logo no primeiro livro recebido como presente amigo do casal de psicanalistas, Gilberto e Sonia. Sua criatividade me impulsionou à leitura de outros tantos volumes. Eclético, publicou muitos livros abordando temas diversos, religiosos, educacionais, existenciais, além dos infantis. Boa parte de sua obra foi traduzida para outros idiomas, como inglês, francês, italiano, espanhol, alemão e romeno.

            Este bom velhinho, que parece ter surgido assim para o mundo, nasceu em Boa Esperança (uma previsão de futuro?), em Minas Gerais, no dia 15 de setembro de 1933, quando a primavera se preparava para dar o ar puro de sua graça multicolorida em flores e os ipês, de que tanto ele gostava, vestiam-se de amarelo. É considerado um dos maiores pedagogos brasileiros em todos os tempos, um intelectual abrangente. Colecionou vários títulos acadêmicos, entre eles: Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas;  Mestre em TeologiaDoutor em Filosofia (PhD) pelo Seminário Teológico de Princeton (EUA). Lecionou no Instituto Presbiteriano Gammon, na cidade de Lavras-MG, no Seminário Presbiteriano de Campinas-SP, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro-SP e na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), onde recebeu o título de Professor Emérito em 1996 e foi responsável pela criação de vários grupos de pesquisa. Não bastando tudo isso, ainda mantinha uma paixão pela gastronomia, o que o levou a abrir um restaurante em Campinas, após sua aposentadoria.

            Em 2003, recebeu o prêmio PNBE – o Educador que queremos. Contemplado com o 2º lugar na categoria Contos e Crônicas, recebeu o Prêmio Jabuti em 2009.  Em 2012, foi agraciado com a Menção Honrosa e Excelência, publicação de religião Transparencies of Eternity – Eric Hoffer Award.

            É considerado um dos fundadores da Teologia da Libertação, uma corrente que nasceu simultaneamente no seio da Igreja Católica e em algumas igrejas protestantes. A participação neste movimento de renovação teológica acarretou-lhe graves problemas em sua relação com o protestantismo ortodoxo, sobretudo o presbiteriano. Em face da não aceitação das convicções tradicionais, foi obrigado a abandonar o pastorado e proibido de falar nos púlpitos da Igreja Presbiteriana do Brasil. Apesar dessa proibição, foi convidado a falar na Igreja Presbiteriana de Copacabana, no Rio de Janeiro, em 31 de outubro de 2003, por ocasião das comemorações relativas à Reforma Protestante. Isto demonstra que ideias grandiosas conquistam e permanecem, mesmo contrariando interesses, por vezes, escusos. A altura de Rubem Alves, bem como a de todas as pessoas, deve ser avaliada da mente para cima, através dos pensamentos, atitudes e realizações.

            Em setembro de 2012, o escritor e educador Rubem Alves, em conjunto com sua família, criou o Instituto Rubem Alves, em Campinas, uma associação aberta, sem fins econômicos e de interesse público, destinada a promover a inserção social através da educação, com programas inovadores e alternativos, em parceria com entidades públicas e empresas privadas.

            Com sua missão cumprida, o escritor Rubem Alves partiu para outra dimensão no inverno de 2014, em Campinas-SP, no dia 19 de julho. O tempo de sua transmutação chegou, conforme ele mesmo escreveu um dia: A alma é uma borboleta... Há um instante em que uma voz nos diz que chegou o momento da grande metamorfose... Os ipês estavam descoloridos, com seus galhos secos, sem flores. O frio que se abateu sobre a cidade deve ter sido mais intenso naquele dia e foi capaz de atingir o coração de milhões de fãs distribuídos por todo este nosso grandioso país e pelo mundo. Eu senti daqui e lamentei. Mas, por que prantear a ausência corpórea se seu pensamento permanece imortalizado entre nós? O inquieto e criativo Rubem Alves deve estar por aí, voando pelos céus, em uma área nobre reservada para pensadores, poetas, filósofos, conforme nos ensinou: Quem é rico em sonhos não envelhece nunca. Pode até ser que morra de repente. Mas morrerá em pleno voo...

            Sentiremos saudade do sábio Rubem Alves que nos deu uma lição de vida ao afirmar: Aprenda a gostar, mas gostar mesmo, das coisas que deve fazer e das pessoas que o cercam. Em pouco tempo, descobrirá que a vida é muito boa e que você é uma pessoa querida por todos. Talvez como nós, ele também sinta saudade da vida que tão habilmente construiu e daqui plagiamos sua própria definição: A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar. Um dia, voltará sob nova roupagem...




REUNIÃO DA SOBRAMES-CE




Ontem, dia 12/01/2015, aconteceu mais uma reunião da Sobrames-CE, presidida por sua presidente, Celina Côrte Pinheiro, com a seguinte pauta:


PAUTA DA REUNIÃO ORDINÁRIA - 12/01/2015


1 - Abertura da sessão

2 - Discussões da ata enviada por e-mail (anexo)

3 - Faltas justificadas

Renato Evando – em atividade no CREMEC

Natanael Charles – em viagem

4 - Comunicações:

Valor da anuidade 2015

Local para as reuniões

Associados inadimplentes há três anos

Associados inadimplentes – em dia anuidade mais recente

Evento cultural – Semeando Cultura – 1º palestrante, Dr. Isaac

Registro chapa em cartório

Livro História Sobrames-CE 
5 - Aniversariantes do mês

04  - Francisco Sérgio Rangel  Pessoa

05 - Francisco José Costa  Eleutério

07 - Francisco  Saraiva da Silva Júnior

17 - Paulo Alexandre Negreiros de Andrade

20 - Sebastião  Diógenes

24 - João  Luiz de Alencar Araripe Falcão 
6 - Palavra facultada

7 - Leitura de textos

Djacir Figueiredo – ( Poesia) – 10’

Marcelo Gurgel – PLATICÉFALOS VESTIBULAR  ITA 2015 – 5’

Celina Côrte Pinheiro – RUBEM ALVES – 5’

8 – Sorteio livros