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terça-feira, 14 de junho de 2022

A ROSA DE OURO DO MUSEU CLUNY - Por: ana margarida arruda rosemberg

                                          Fotos e montagem: ana margarida arruda rosemberg

Publicado no Jornal do Médico
 https://jornaldomedico.com.br/2022/06/a-rosa-de-ouro-do-museu-cluny/

A "Rosa de Ouro", uma obra de arte em ouro maciço, é ofertada pela Igreja Católica Apostólica Romana, como símbolo de reverência e estima, a personalidades, igrejas, governos e governantes que tenham demonstrado lealdade para com a Santa Sé. 

A flor dourada brilhante simboliza a majestade de Cristo, uma alusão aos profetas que diziam ser o Messias “a flor do campo e o lírio dos vales”. Seu perfume, segundo o Papa Leão XIII, mostra o odor de Cristo. Os espinhos relembram a sua paixão. 

A "Rosa de Ouro" surgiu na Idade Média, em data não precisa. Em uma Bula do Papa Leão IX, de 1049, encontra-se uma alusão à mesma. O referido Papa isentou o convento de Santa Cruz de Woffenhein, na Alsacia, com a condição da abadessa enviar todos os anos uma rosa de ouro à Santa Sé. 

A "Rosa de Ouro" mais antiga enviada que se conhece foi ofertada pelo Papa Urbano II a Fulque IV de Anjou, em 1096.

No Museu da Idade Média de Paris, Musée Cluny, podemos apreciar o exemplar mais antigo que ainda subsiste: uma rosa trabalhada com grande delicadeza: as hastes, fitas estreitas dobradas sobre si mesmas, e as flores, feitas de corolas sobrepostas, são cortadas em finas folhas de ouro.

 Ela foi encomendada pelo Papa João XXII a Minucchio de Sena, na cidade de Avignon, durante o período em que a referida cidade foi sede do papado (1309 a 1411), a mesma foi ofertada a Rodolfo III de Nidau, em 1330. 

A maior parte das "Rosas de Ouro" antigas foram fundidas com fins monetários. Os poucos exemplares que subsistem podem ser vistos na Catedral de Benevento, na Basílica de São João de Latão, no Museu Sacro da Biblioteca do Vaticano, no Palácio da Comuna de Sena e no Palácio Imperial de Hofburg, em Viena. Porém, como já citei, o exemplar mais antigo está no Museu Cluny, em Paris.

O Brasil abriga quatro "Rosas de Ouro". A primeira foi ofertada pelo Papa Leão XIII à princesa Isabel pela abolição dos escravos e encontra-se no Museu de Arte Sacra do Rio de Janeiro.

A segunda foi ofertada pelo Papa Paulo VI, em 1967, por ocasião das comemorações dos 250 anos da descoberta da imagem de Nossa Senhora Aparecida, pelos pescadores, no rio Paraibuna.

A terceira foi ofertada, em 12 de maio de 2007, pelo papa Bento XVI ao Santuário Nacional de Aparecida, durante a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe. A quarta foi ofertada pelo Papa Francisco, em 2017.

As rosas ofertadas por Paulo VI, Bento XVI e Francisco à Basílica de Aparecida podem ser apreciadas no Museu Nossa Senhora Aparecida, na Torre da Basílica. 

Paris, 10 junho de 2022

ana margarida arruda rosemberg

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