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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

POR: JOSÉ WILSON DE SOUZA

José Wilson de Souza - Membro da Sobrames-CE


DESEJOS........ MEDOS

Estes teus olhos (que sorriem)
Estes teus lábios (que falam de beijos)
São solicitações mudas
Quero ver-te outras vezes...
Muitas vezes...
Para olhar tua alma nos teus olhos
E olhar teus lábios
E na miragem dos meus desejos
Beijá-los
Dá-me tua boca
Para que te sufoque de beijos
Dá-me teus olhos
Para que eu me afogue nestes lagos negros
Dá-meteu corpo
Para que eu me perca totalmente
Nas suas reentrâncias

Dá-me tudo, pois não quero que outra vez fiquemos no desejo... Por medos.



MEU BANCO DA PRACINHA

Procurei o meu banco, da pracinha,
Lembrei dos folguedos de crianças brincando,
Dos casais e namorados passeando,
Bem em frente, nossa igrejinha.
Aos pés do altar eu, sacristão. rezando
Contrita em oração, minha avozinha

Minha cabeça ficou em um torvelinho.
Tive a visão de minha infância, doce encanto,
Quando eu e outras crianças alegres saltitantes,
Pulávamos felizes a “amarelinha”.

Sorriamos, cantando em grande algazarra
Entre as ramagens de jardins bem cuidados.
Felizes perseguíamos revoadas de borboletas
Troféus vivos da meninada

Éramos crianças. Como corríamos
Em busca de borboletas, vários matizes.
Sorriam apaixonados os casais sonhadores.
Na igrejinha, hoje Catedral, hinos de louvores.

A pracinha, hoje sem jardins e borboletas, está calçada.
Aquele banquinho da pracinha, qual o paradeiro?
Casais românticos não mais existem, nem os brinquedos.
Não encontrei nada, e com saudades faço caminhada.


BONINA

Insônia. Nesta madrugada te deixei dormindo e fui fazer poesias.
Madrugada quente como nossos abraços ao anoitecer
Acordei, apaguei a luz, não quis te acordar. Estavas tão linda!
Cismei em beijá-la, mas os anjos te velam mulher menina.
Um perfume de teu corpo, canto de passarinhos. O amanhecer.
Latidos de cães e galos cantando, já sinto uma aragem matutina
A passos lentos, silente vou ao nosso quarto, fecho a cortina
Dádiva de Deus: dormindo, mas me dava a certeza do seu querer.
Amor, perdão! Voltei. Deitei ao seu lado. Juntinhos, o doce perfume de minha bonina.

José Wilson de Souza
Quixadá, 11 de janeiro de 2016.

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