Dr. José Wilson de Souza - Membro da Sobrames-CE |
MEU BANCO DA PRACINHA
Procurei o meu
banco, da pracinha,
Lembrei dos
folguedos de crianças brincando,
Dos casais
enamorados passeando,
Bem em frente,
nossa igrejinha.
Aos pés do altar
eu, sacristão. Rezando
Contrita em
oração, minha avozinha
Minha cabeça
ficou em um torvelinho.
Tive a visão de
minha infância, doce encanto,
Quando eu e outras
crianças alegres saltitantes,
Pulávamos felizes
a “amarelinha”.
Sorriamos, cantando
em grande algazarra
Entre as
ramagens de jardins bem cuidados.
Felizes
perseguíamos revoadas deborboletas
Troféus vivos da
meninada
Éramos crianças.
Como corríamos
Sorriam
apaixonados os casais sonhadores.
Na igrejinha,
hoje Catedral, hinos de louvores.
A pracinha, hoje
sem jardins e borboletas, está calçada.
Aquele banquinho
da pracinha, qual o paradeiro?
Casais
românticos não mais existem, nem os brinquedos.
Não encontrei
nada, e com saudades faço caminhada.
FEBRE DE AMOR
Essa febre que sinto em todo o corpo
Que arde sem queimar, só maltratando.
Só aliviada com breves e roubados beijos
Que homeopaticamente vão aliviando
Gotas de suor caem... Malvada febre
Que maltrata o corpo e queima a pele
Hipertermia que aquece até o sol
Nunca sedará com Paracetamol
AMOR ITALIANO
Férias... Nos conhecemos. A vida em flor
Ela viera de um país distante, idiomas diferentes
Furtivos encontros, carinhos... . Sonhos... Juras de amor
Corpos, ainda tímidos, lançando as primeiras sementes.
Ela partiu... Cartas... Telefonemas... promessas de voltar
Depois o silêncio. Mais saudades... Muitas saudades a me
atormentar
Onde estaria? A paixão de minha juventude me esqueceu?
Era só paixão? O amor nunca existiu, morreu?
Passados muitos anos, o reencontro, tantas coisas pra dizer
e pra fazer
Corpos maduros, fogosos de desejos e saudades. Flamantes
Nossas mãos corriam pelos caminhos de nossos corpos amantes.
Nossas bocas às vezes repousavam em lagos úmidos... De
prazer.
Emocionada dizia ao meu ouvido, “amore mio”, “amore mio”
Existia um segredo: o amor era nosso, nossos corpos não.
Fiquei sozinho. Ao meu lado a saudade, um grande vazio
Mais uma vez ela partiu. Voltou... Para sua dourada prisão.
Meu Deus, nem que seja meu último pedido:
Ainda quero ouvi-la dizer “Amore mio”, “Amore mio”
E eu, a dizer coisas de amor ao seu ouvido.
Mto lindo! Saudades!...
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