ARTIGO 24/09/2014 – JORNAL “O POVO”
Novamente
Estamos
nas vésperas das eleições e, novamente, os mesmos problemas, cada vez
mais graves. Até onde vamos suportar essa repetição de causas e efeitos
dos problemas? A experiência dos países desenvolvidos e com melhores
qualidades de vida mostra, desde há muitos anos, que as causas
fundamentais do desenvolvimento nacional são: educação e saúde, com
consequente diminuição da pobreza e maior satisfação de viver.
E
que isso somente se obtém através de planejamento estratégico e
prospectivo (manejando o passado, presente e futuros prováveis) e uma
administração eficiente e adequada para os diferentes momentos. A
violência, desemprego, fome, falta de moradias etc. se transformam em
outros efeitos e assim, sucessivamente prejudicam a nossa qualidade de
vida e satisfação de viver. E tudo isto deve ser bem planejado e
administrado, para poder ser solucionado.
Por
“coincidência”, durante toda minha vida, tenho tido a satisfação de
trabalhar nessas duas áreas. Tive a felicidade de ser convidado por
amigos brasileiros, para planejar e administrar várias organizações
educacionais e de saúde no Brasil, Venezuela e Colômbia, quando lá
trabalhava na OMS/OPS (Organização Mundial da Saúde). Assim, pude
aprender mais e ser autor e co-autor de livros detalhando o que, o como,
o quando, o que não fazer, e também mudando, quando necessário.
Quais
são os planos de governo dos nossos candidatos? Apenas tentam
responder, propondo diferentes soluções para os graves, menos graves e
os existentes nas áreas ou locais visitados em campanha, na intenção de
angariar votos. Mas, e o dinheiro para os planos de educação e de saúde?
Ele deve estar assegurado no próprio orçamento anual do país, com a
distribuição que deveria ser proporcional à importância das causas e de
seus efeitos e não da maneira como tem sido até agora, pelos interesses
dos dirigentes e, muitas vezes, sendo desviado ou roubado. Além disso, e
isto é comum nos países desenvolvidos, uma melhor e mais adequada
distribuição do imposto de renda. Em alguns países, os valores são tão
elevados, na medida dos mais ricos, que muitos resolvem criar
organizações não governamentais para o povo, com excelentes resultados.
Por
coincidência, trabalhei na excepcional Fundação Kellogg’s, que também
desenvolve excelentes programas em vários países e onde ouvi a frase: “O
povo também é nosso”. Visitei alguns deles na América do Sul e depois,
até para nós, em Fortaleza, tivemos a ajuda dessa Fundação para o Nami
(Núcleo de Atenção Médica Integrada ) da Unifor.
E,
novamente, lembro aquele importante candidato, que convidou nossa
equipe de planejamento para elaborar o seu plano de ação, em educação,
sob uma condição: ”Esqueçam tudo o que já foi feito! Vamos começar tudo
de novo!” E que ficou extremamente surpreso quando nós não aceitamos o
seu importante (?) convite. Fantasias de um médico, professor velho e
aposentado? Não! Mas, como sempre, aquela velha frase me vem à
lembrança: “A esperança é a última que morre!”
Antero Coelho Neto
acoelho@secrel.com.br
Médico e professor
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