Dra. Fátima Azevedo - Médica e Membro da Sobrames-CE |
QUANDO CHEGA DEZEMBRO...
Quando chega dezembro, chegam muitos pensamentos à minha mente e uma caravana de emoções ao meu coração. É como se um filme em rápida velocidade começasse a passar à minha
frente. Mil perguntas começo a me fazer
e percebo que poucas pessoas tem a real consciência do significado do Natal. Pessoas que não praticam a caridade durante o ano inteiro viram anjos-da-guarda
dos pobres e desvalidos. Isso, enquanto tocam os sinos do Natal. Mas passada a
meia-noite, quando a varinha de condão da bondade
se quebra, essas pessoas voltam à sua
normalidade e retornam à sua
rabugisse e mesquinhez humana (ou desumana?).
Quando chega dezembro, lembro de
meus Natais de criança feliz. Sempre ao acordar, havia um
presente do lado da cama esperando por mim. Lembro também que não tínhamos tanta fartura, mas tínhamos
harmonia de sobra e as pessoas pareciam mais felizes e menos preocupadas com o
sucesso financeiro, ou com a roupa de grife, ou com a última invenção tecnológica do mercado digital.
Quando me chega dezembro, lembro dos
idosos de minha família, rodeados dos mais jovens que
lhes ouviam as histórias e as canções de então. Lembro de toda a família reunida
e de muitas histórias engraçadas...
Agora quando me chega o Natal, a
alegria não é tanta... Vem a saudade dos que já se foram... Vem a preocupação com os que
não tem um pão seco na mesa para comer, enquanto nas instituições públicas tanto
dinheiro é gasto com comemorações cheias de comilança e pouquíssima consciência fraterna.
Quando chega dezembro, já fico pensando em que desculpa darei para não ir a essas comemorações cheias de discursos e tantos comes-e-bebes que não levam a nada. Este ano não fui a uma sequer desse modelo. Fiquei feliz
comigo mesma!
Tantas palavras bonitas nas
festividades do Natal e no dia seguinte não se perdoa uma pequena falha de um irmão, de um companheiro, de um motorista pouco educado no trânsito. Será que estamos todos ficando loucos?.... Estamos todos ficando mais
falsos?....Mais ridículos...a cada ano que passa?
Não aguento mais festividades de Natal onde a fraternidade não esteja presente, onde apenas pessoas muito
queridas não estejam. Basta de tanta futilidade
usando o nome de Jesus para exercer a vaidade. Chega! Estou fora!!
Pra mim, quanto mais em casa e
repensando o que fiz ou deixei de fazer, melhor o Natal. Mas, como faço parte de uma família que tem gente idosa e que ainda curte muito o espírito do Natal, rendo-me e participo da ceia.
Mas, não nego, meu pensamento viaja o tempo
inteiro! Contudo, não me culpo por isso. É minha forma saudável de sobreviver às
festividades natalinas.
Gente, acreditem, apesar de tudo que
eu disse, eu gosto muito do Natal! Das luzes, das árvores de Natal, dos enfeites e da minha casa, que passa pelo menos
uns dias, bem arrumadinha...
Estimada colega, e feliz escritora!
ResponderExcluirGostei de seu texto e da sensabilidde do conteúdo. Voltei ao passado viajando pela sua narrativa tendo como história, uma linda história de amor familiar.
Os nossos antecedentes nos deixam lições sublimes que nos estimulam a viver e seguir, cada vez mais adiante, mesmo que alguns calhaus surjam ao longo da caminhada. Dizem que a nossa caminhada necessita de alguns espinhos e também flores para ser pura e realista.
Parabéns pela sua capacidade de mergulhar nas fimbrias de uma realidade insofismável.
Ofereço-lhe uma rosa rosa e para a linda tia.
E muito obrigado pelo cmentário sereno e puro.
Obrigado. Laf.Soares