Por William
Moffitt Harris [2]
Assim que terminamos
de construir nossa casa em Campinas em 1979, minha esposa e eu resolvemos
plantar umas trinta e poucas árvores frutíferas. Entre elas estavam coqueiros
anões. Minha irmã trouxe três mudas do Recife, adquirimos mais três no CEASA,
não muito longe de onde moramos e alguém – não me lembro quem – nos deu uma
sétima muda.
Pusemos, anualmente,
sal grosso misturado à terra vegetal, areia e esterco animal, na terra, em
volta dos pés, conforme fomos orientados. Os coqueiros cresceram e começaram a
produzir, após três ou quatro anos. No começo, eram um ou dois cocos por pé e,
depois de alguns anos, à medida que iam crescendo, vinte ou mais.
O tempo foi passando
e os coqueiros cresciam mais e mais, tornando-se cada vez mais difícil apanhar
os frutos, mesmo com uma escada de pintor que tínhamos aqui.
Na época, nosso
jardineiro era um cearense, moço ainda. Um dia lhe perguntei o que estaria
acontecendo, já que as mudas que adquirimos, eram do chamado “coqueiro anão”.
Parou o que vinha fazendo, pensou bem, coçou a barba rala e disse:
¾ Sabe, seu dotô, é que este é o coqueiro anão gigante.
Alguns anos mais tarde, cortamos os sete coqueiros, pois os cocos caíam
e havia perigo de atingirem as crianças e seus amigos enquanto corriam pelo
gramado.
Um velho amigo nosso do Rio de Janeiro, que tem um sítio na região dos
lagos, em Araruama, disse-nos que, na verdade, não existe o chamado “coqueiro
anão” mas sim uma variedade, que enquanto pequeno, carrega bem. Lembro-me de
ter visto uma fotografia (tempo de Ginásio) no livro de Aroldo de Azevedo Geografia
do Brasil um coqueiro com quatrocentos cocos formando um cone.
[1] Publicado inicialmente no livro do autor Era Uma
Vez Um Menino Travesso. São Paulo Legnar Editora, 2004. p. 65 (esgotado).
Apresentado na 118ª Tertúlia Literária do Movimento Médico Paulista do Cafezinho Literário – MMCL (Núcleo de Sto André, em 12/12/09) e na reunião
“Academia em Poesia” da Academia Vicentina de
Letras, Artes e Ofícios “Frei Gaspar da Madre de Deus” de S. Vicente - SP em 14/12/09 no Clube Elos.
[2]
Pediatra Sanitarista. Prof. Dr. (aposentado) da Faculdade de Saúde Pública –
USP. Fundador (05/05/05) e Coordenador Estadual do Movimento Médico Paulista
do Cafezinho Literário – MMCL. Membro Titular ativo da Associação
Brasileira de Médicos Escritores – SOBRAMES desde 2003, nível central SOBRAMES-BR,
níveis regionais SOBRAMES-PE, SOBRAMES-RS e SOBRAMES-CE.
Dissidente e separatista da SOBRAMES-SP. Membro Correspondente da Academia
Maceioense de Letras. Sócio Titular da Associação Paulista de Medicina
e Associado da Associação dos Médicos de Santos. Membro Associado da Academia Vicentina de Letras, Artes e
Ofícios “Frei Gaspar da Madre de Deus” de S. Vicente - SP
bom dia. saúde e paz.
ResponderExcluiralegrei-me ao ver sua foto recente : mais forte e sempre trabalhando com o intelecto contando historias repartindo com todos seu conhecimento.Lagoa Azul em Osvaldo Cruz-sp foi onde nos conhecemos. bons tempos .já escrevi algo tentando abraça-lo, mas não consegui.
odracyr carlos fonseca-espirito santo pinhal, 21/04/2013-10:41hs