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domingo, 25 de maio de 2014

POR: CELINA CÔRTE PINHEIRO - APRESENTAÇÃO DO LIVRO “MANHÃS DE SÁBADO”

Dra. Celina e Dr. Martinho Rodrigues

DISCURSO DE APRESENTAÇÃO DO LIVRO “MANHÃS DE SÁBADO”, DO POETA MARTINHO RODRIGUES.
LOCAL DO LANÇAMENTO – CLUBE DO MÉDICO
DATA – 24/05/2014
TEXTO DE CELINA CÔRTE PINHEIRO
                                                                                 
Em O DIA DA CRIAÇÃO, Vinícius de Morais diz:
Neste momento há um casamento 
Porque hoje é sábado. 
Há um divórcio e um violamento 
Porque hoje é sábado. 
Há um homem rico que se mata 
Porque hoje é sábado. 
Há um incesto e uma regata 
Porque hoje é sábado. 
Há um espetáculo de gala 
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que apanha e cala 
Porque hoje é sábado. 
Há um renovar-se de esperanças 
Porque hoje é sábado...
            E o poeta Martinho Rodrigues brinda a vida com seu livro na tarde deste dia magnífico, à beira da praia, sob o murmúrio do mar, cercado de amigos porque hoje é sábado... O sábado parece ser o dia da semana predileto da maioria de nós. Ontem foi sexta-feira, com a expectativa do sábado e hoje há a expectativa do domingo. O sábado traz em si um sabor delicado, uma aragem diferente, uma promessa de felicidade. Clarice Lispector escreveu um texto denominado ATENÇÃO AO SÁBADO que se inicia assim: Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço...
            Recheado de surpresa e encantamento, chegou-me o convite do amigo Martinho para fazer a apresentação oral de seu livro “Manhãs de sábado” cuja criação pude curtir, paulatinamente, pelo Facebook. Eu já fora seduzida pelo título, para mim repleto de poesia. Sempre gostei das manhãs de sábado. Na infância, era o dia de minha liberdade quando eu, entusiasmada por meu pai, nadava, corria, remava, pescava, pulava corda e vivia despreocupadamente, sem medos ou culpas a ventura do “dolce far niente”, porque era sábado... Ele me levava à beira do Rio Pardo, revelando-me o mundo do mais puro ócio para me ensinar a viver completamente! Por isso me encantei desde o título do livro até a última página escrita pelo poeta, envolto, em cada passo, pelo azul da harmonia e da serenidade do espírito que se prepara para desabrochar no intelecto.
            Em seu livro, o poeta entremeia trechos escolhidos de outros autores, marcantes pela sua forma, pois a palavra em si pode ser fria ou não, dependendo de como é dita ou escrita e encaixada entre as outras. Martinho conduz-nos ao enlevo com pequenos intróitos, seduz-nos, conquista-nos com a habilidade de um mago, transforma-nos emocionalmente em fonte de inspiração e nos prepara para o próximo grupo de seus textos, em poesia ou prosa poética. Escrever exige sensibilidade para nos tornarmos posseiros da palavra e dela tirarmos o encantamento que se esconde por trás da frieza das consoantes e vogais. O poeta Martinho faz isto com maestria,seduz as palavras antes que o encanto adormeça, dedilhando o sexo das partituras até o poema saltar das folhas de papel (pag. 47). Aguça-nos os sentidos, trazendo-nos à consciência o sabor de fruta madura e um aroma de mulher na aragem das manhãs de sábado (pag. 102).
            A mente do poeta é um mar sem terra à vista, tem um mistério difícil de adentrarmos e, por vezes, se torna íntimo como uma onda envolvendo-nos afavelmente.  Martinho é assim!  Articula bem a proximidade e o segredo, é inclusivo e, ao mesmo tempo, nos mantém à distância. Convida-nos à meditação, à reflexão e faz com que o leitor se sinta fonte de inspiração, sobretudo as mulheres. Pretensão a nossa acreditarmos que naquele momento as musas fomos nós... Poetas são poetas e vivem em um planeta azul, onde a Poesia, como se fosse a mulher amada, despida anda na rua, desfiando a madrugada (pag. 57). Chega, trazida pela lua azul que atravessa a janela e desperta um desejo azul que se faz poema.... O poeta corteja o dia, mas namora as madrugadas (pag. 78) e arranca fiapos de ternura quando descreve o inesperado Amor que mesmo batendo tarde à nossa porta, aqualquer hora deve ser bem-vindo (pag.131). Convida-nos, também, à calma. Afinal, para que pressa se a noite é lindaa vida não mais que um segundoo tempo uma ilusão e o dia de amanhã não veio ainda... (pag. 82)
            Nos seus momentos de introspecção, quando se volta para dentro da própria alma, sua amorosidade se expande ainda mais e explode em gotas de doçura, de ânimo, de alegria, capazes de remover de nós a rudeza do cotidiano. Esta se esvai à medida que penetramos no mundo poético de Martinho,  onde a Primavera de Vivaldi fez morada e a delicadeza dos Minuetos de Mozart nos alimenta... Fala das coisas da vida, relembra a infância perdida na idade, mas não no tempo e guarda dentro de si a criança que o ajuda a tecer poemas. Não teme a morte, mas a respeita e pede que tenha voz mansa quando revele o grande segredo (pag. 88). Este é o sonho de todos nós: a morte sorrateira nos pegar dormindo...
            Curtamos, pois, esta tarde de sábado, despidos de rédeas ou grilhões, pelo simples prazer de estarmos aqui, inteiros, ao lado de um médico cuja formação humanista o reveste por completo, como se fosse uma canção de amor.  Saboreemos o néctar poético cuidadosamente produzido pela mente inspirada e inspiradora do poeta Martinho. Agucemos nossa sensibilidade para que o encantamento deste livro nos envolva. Naveguemos nesse mar etéreo, onde as ondas são de vento e o sal não é eterno, deixando-nos sucumbir apenas à delicada poesia do nosso poeta que pinta seus sonhos de azul, com o amarelo esmaece as ausências e com o resplandecente vermelho ilumina seu jardim...
            Para concluir, desejo que este dia preserve o gosto delicado das Manhãs de Sábado, quando a vida interrompe um pouco sua pressa e nos permite ouvir o cicio dos pássaros e do vento. Mergulhem na profundidade deste livro e voltem à tona renovados!

quinta-feira, 22 de maio de 2014

POR:ANTERO COELHO NETO - VALORIZAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA VIDA

Dr. Antero Coelho Neto - Médico e Membro da SOBRAMES-CE

VALORIZAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA VIDA

          Publicado no Jornal O POVO - maio de 2014

Consideramos “Princípio”, como o elemento condicionante de nossos valores que são formados em vários e diferentes momentos de nossa vida.

Assim sendo, os diferentes princípios sociais, morais, religiosos, políticos, familiares, pessoais, etc. são diferentes no tempo e local em que vivemos. Ao fazermos uma avaliação dos diferentes Momentos de nossas vidas,  identificamos poucos ou muitos que são importantes para o êxito ou fracasso.

Vemos, com muita freqüência, que houve uma variação, maior ou menor, de acordo com o tempo ou local em que foram vividos. E ai ficamos sempre pensando o “por que” do ocorrido. Seria esperado que assim tivesse acontecido, ou não fomos suficientemente corretos, valorosos, fortes, preparados ou hábeis?
Temos comprovado que, para melhor acertar, devemos fazer, com freqüência, a mesma avaliação, o que possibilita a continuação ou transformação daquele Momento.

Freqüentemente verificamos que, naquelas épocas passadas, éramos diferentes e os locais passavam por tempos com hábitos, costumes e outras situações familiares, políticas e sociais.

Na literatura, ao lermos a biografia de muitos autores, encontramos variações de comportamentos com o tempo em que são “explicados” e não convincentes para o nosso tempo. Nas biografias mais antigas e re-escritas tempos depois, por outros autores, vemos até modificações muito significativas de interpretações. Isto se encontra, muito freqüentemente, quando Princípios religiosos são defendidos.

E claro que é fundamental Mudar, quando necessário. E o importante é Mudar sempre com Amor à Vida, ao Próximo, à Pátria e que essa mudança seja para o bem, nunca para o mal.

Senhores políticos brasileiros, vamos mudar os seus princípios? Sempre é possível ! Vamos ter a honestidade e a valorização das Causas principais da vida: Saúde.  Educação e Satisfação de Viver? O resto, sabemos há muitos anos, em  todo o mundo, são Efeitos, que muitas vezes se transformam em “Causas” que os governos procuram resolver como fundamentais. Resolvendo os Princípios da Educação e da Saúde, muitos países conhecidos solucionaram a maioria de seus problemas e se desenvolveram com boa qualidade de vida e satisfação de vida.

A situação do Brasil de hoje é muito grave. Quais são os nossos Princípios?  Estamos numa mistura de vandalismo, terrorismo, violência, corrupção e politicagem jamais existente em nosso país. E pela não confiança no governo, nos políticos, na polícia e até na justiça, muitos grupos de pessoas estão tomando a iniciativa de julgar, de roubar e até de matar.

Viva a Liberdade? Assim não! Tenhamos Princípios corretos e humanos. E aí, vamos melhorar os nossos Princípios para a Copa? Não acredito. E se o Brasil perder?

Antero Coelho Neto

POR: MARTINHO RODRIGUES - ENTRE POEMAS DE QUINTANA

Dr. Martinho Rodrigues - Médico e Membro de SOBRAMES-CE

Martinho Rodrigues
 ENTRE POEMAS DO QUINTANA

Pudéssemos sair nós dois, sozinhos...
( como um casal recém-enamorado )
mãos dadas, percorrendo outros caminhos
( com o mesmo encantamento do passado! )

Deixando a lua-nova boquiaberta,
recolheria estrelas, uma a uma,
pondo-as a teus pés. Pois, de forma alguma
irias recusar tamanha oferta !

Em meio à procissão de seresteiros,
que vagabundos e poeta irmana,
enamorando a lua nos outeiros...

Eis que ao romper o dia, de repente,
diríamos poemas do Quintana!...
despertando a inveja em muita gente.

Martinho Rodrigues ( do livro A Poética do Afeto)

Sábado, 24 de maio, no Clube do Médico, 17h,
lançamento do MANHÃS DE SÁBADO.
Espero todos os meus amigos!!

quarta-feira, 21 de maio de 2014

CONVITE LANCAMENTO LIVRO - MARTINHO RODRIGUES


Lançamento  do livro  "Manhãs de Sábado" escrito pelo  sobramista Dr. Martinho Rodrigues, no dia 24/05/14 (sábado),às 17h, no Clube do Médico.

Aguardamos vocês!

Celina Côrte Pinheiro
Presidente da Sobrames-CE

domingo, 18 de maio de 2014

POR: CELINA CÔRTE PINHEIRO - CORRENDO NA RUA

Dra. Celina Côrte Pinheiro - Médica e Presidente da SOBRAMES-CE
Publicado no DN , hoje, 18/05/2014
CORRENDO NA RUA
Em Fortaleza, costumo percorrer o calçadão da Beira-Mar caminhando a pé. Tenho, assim, condição de observar aquilo que não perceberia dentro de um automóvel. Numa noite dessas, fiz o mesmo percurso em meu carro, do início ao fim daquela via. Desta forma, observei um cenário diferente daquele meu habitual. Na via pública, à direita e à esquerda dos carros, pessoas corriam de forma descontraída, sob o risco de atropelamento. Face à iluminação inadequada em certos trechos, alguns desses corredores surgiam de repente à minha frente, sendo necessário redobrar os cuidados. O fato causou-me estranheza e preocupação. Afinal, eu, protegida pelo envoltório do carro, disputava o mesmo espaço com pedestres, totalmente vulneráveis. Estariam aqueles corredores ocupando o espaço destinado aos automóveis porque o calçadão não é apropriado para o esporte? Desejariam com aquela atitude demonstrar a todos que a avenida deveria, em certos horários, ser totalmente destinada a corredores, banindo-se o trânsito de veículos? Agiriam daquele modo, por simples imprudência, sem qualquer noção dos riscos a que se encontram expostos? É óbvio ter faltado qualquer planejamento na construção daquela via, estreita e irregular. Uma simples visão de futuro bastaria para a preservação de um espaço bem maior entre a praia e os edifícios. Diante do que aí está, caberá à moderna engenharia encontrar soluções. O que não podemos é fechar os olhos aos esportistas que se expõem a graves acidentes, em uma cidade onde as estatísticas demonstram que em 2012, morreram no trânsito 413 pedestres. De janeiro a agosto de 2013, ocorreram 952 atropelamentos de pedestres. Destes, tivemos 352 vítimas fatais, superando proporcionalmente a estatística do ano anterior. O risco de morte do pedestre atropelado aumenta, conforme a velocidade do veículo que o atinge, porém, esta não é uma regra sem exceções. Mesmo em baixa velocidade, os veículos podem acarretar sérios danos aos esportistas que correm naquela rua. No programa de mobilidade urbana, os pedestres não podem ser esquecidos, propiciando-lhes segurança e comodidade em seu deslocamento.

Celina Côrte Pinheiro 
Médica

segunda-feira, 12 de maio de 2014

POR: FÄTIMA AZEVEDO - MÂE

Dra. Fätima Azêvedo - Médica e Membro da Sobrames-CE

MÃE
Dor infinda
Amor sem fim
Caminho sem volta
Mãe de salto ou de bengala
Em toda e qualquer idade
Quer o bem do próprio filho
Seja ele um bebê
Ou homem de barba, grisalho
Mãe só sabe dar amor
Carrega sua dor calada
Transforma a lágrima em riso
E da dor tira um sorriso
Mãe tão forte e tão frágil
Às vezes mal entendida
Tem sexto sentido à postos
Adivinha sem botar cartas
Prevê sem bola de cristal
Sente cheiro de sorriso
E também de choro preso
Mãe, amor infinito
Caminho sem volta

sexta-feira, 9 de maio de 2014

POR: ANA MARGARIDA ROSEMBERG - A NUDEZ DE MARIA ANTONIETA EM DOIS MOMENTOS DE SUA VIDA


Dra. Ana Margarida Rosemberg - Médica e Segunda Secretâria da Sobrames-CE

Réplica da cela onde Maria Antonieta ficou presa na Conciergerie

Pintura da Rainha Maria Antonieta

Maria Antonieta na Conciergerie

A NUDEZ DE MARIA ANTONIETTA EM DOIS MOMENTOS DE SUA VIDA*



O dia mal clareara naquela manhã de 16 de outubro de 1793.
Na pequena mesa ainda queimavam duas velas iluminando, debilmente, o escuro e fúnebre cárcere da Conciergerie, que durante os últimos 70 dias abrigara a Rainha da França.
 Lá fora, os tambores rufavam, por toda a cidade de Paris, anunciando mais um espetáculo da Revolução que logo iria se desenrolar em praça pública.
            Rosália, uma camponesa, entrou na cela com um caldo, trêmula e cheia de piedade. Maria Antonieta após passar a noite em claro resolveu escrever uma carta para sua cunhada, recomendando os filhos.
Vencida pelo cansaço, deitou-se na cama com seu vestido preto de viúva do Rei da França, mas era preciso levantar-se e despir-se para pôr um vestido branco, pois assim deveria comparecer ao cadafalso naquela manhã histórica. O carcereiro, que guardava sua cela, tinha ordem de não se afastar e a Rainha, para esconder sua nudez dos olhos daquele homem rústico do povo, colocou-se em um pequeno vão entre a parede e a cama e começou a despir-se. O corpo fenecido pelo tempo e sofrimento já não era o mesmo da adolescente de 14 anos que outrora, em uma ilha no meio do rio Reno, ao despir-se, resplandeceu iluminando a antecâmara daquele luxuoso pavilhão e os olhos do séqüito de nobres austríacos, que acompanhavam a arquiduquesa naquela suntuosa cerimônia. 
Completamente nua e linda, no esplendor de sua pureza virginal, com seus cabelos de um louro muito claro, seus olhos de um azul profundo, seu corpo esbelto, delicado e gracioso de adolescente, recebeu a mais fina seda francesa para cobrir sua nudez e sair dali como Delfina da França.
Do outro lado do Reno, em uma luxuosa carruagem, o Rei Louis XV e seu neto, futuro Rei Louis XVI, aguardavam, com ansiedade, a chegada da Delfina que deixava para sempre o palácio de Schoenbrunn, o convívio alegre com seus irmãos, suas brincadeiras infantis e o carinho de sua mãe, Maria Teresa, para seguir o seu destino de Rainha da França.                                    
            24 anos depois, Maria Antonietta despia-se novamente.
Agora, naquela triste cela, úmida e escura, da Conciergerie com sua magnífica arquitetura gótica, porém lúgubre para a prisioneira.
Maria Antonietta não tinha mais o brilho da juventude, porém seu corpo resplandecia mais uma vez, iluminando o cárcere escuro, com sua alma purificada pelos sofrimentos enfrentados, com resignação, nos últimos quatro anos.
Rosália ajudou a pôr o modesto vestido branco de algodão, a colocar um véu de mussolini no pescoço e a cobrir, com uma touca, os cabelos completamente brancos, apesar de ter apenas 38 anos.
Seu rosto estava cansado e envelhecido, mas conservava a misteriosa força magnética de encantar as pessoas.
Maria Antonietta desejava a morte, mas precisava reunir forças para morrer com dignidade, precisava mostrar aos franceses como morre uma Habsburgo, filha de Maria Teresa.
 Às 10h00min, entrou o carrasco Sanson para lhe cortar os cabelos e ela, sem a menor reação, deixou também que lhe amarassem as mãos nas costas com uma corda. Estava decidida a salvar sua honra e não demonstraria algum sinal de fraqueza.
Lá fora esperavam por ela, uma carroça puxada por um cavalo e uma multidão de 10 mil pessoas, que se apinhavam para mais um dia de espetáculo oferecido pela guilhotina, em nome de “liberté, égalité et fraternité”.
Sentada na dura tábua da carroça, a Rainha da França olhava firme para frente sem oferecer à curiosidade da multidão um sinal de medo ou de dor. Parecia nada ver e nada ouvir. Nenhum tremor lhe agitou os lábios, nenhum estremecimento passou pelo seu corpo. Senhora absoluta de seu destino parecia ter consciência do momento histórico que vivia.
A carroça parou diante do patíbulo.
Maria Antonietta subiu os degraus do palco de madeira com a mesma graça e agilidade com que outrora subia as escadarias de mármore do “Palais de Versailles”.
O silêncio se apossou daquela praça. 
Os carrascos pegaram-na pelos ombros e a deitaram sobre o patíbulo e, acima, a lâmina da guilhotina brilhava de tão afiada.
Uma puxada na corda, um lampejo no cutelo, um golpe surdo e a imortalidade para Maria Antonietta.

Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg
São Paulo, 2 de novembro de 2004.



*Este relato se restringe a fixar dois momentos da vida de Maria Antonietta, marcados com sua nudez. No primeiro, com todo esplendor, ela entrou para vida como Delfina e futura Rainha da França e no segundo, trágico, despida de sua realeza, entrou para a História.