Dr. Ricardo Pessoa - Endoscopista Digestivo
O corpo e o cartão de crédito
Era uma sexta feira a tarde, quando Dr José viu seu
celular com 3 ligações e uma mensagem de outro colega dizendo: “assim que
puder, me liga”.
José prontamente atende o pedido do
amigo e o telefonou. Era uma solicitação de realização de um procedimento de
urgência em um paciente de meia idade, Sr Walker, estrangeiro, que se
encontrava com um quadro agudo que precisava ser submetido a um tratamento com
brevidade para evitar complicações e diminuir o risco de morte.
Dr José prontamente montou sua equipe e
se encaminhou ao hospital para realizar o ato cirúrgico e aliviar o sofrimento
daquele enfermo, sem mesmo perguntar como seria a forma de pagamento já que era
um caso de urgência e um pedido aflito de um amigo seu.
O procedimento foi realizado com sucesso
na manhã do sábado, permanecendo o doente na uti por 24 horas, e, na segunda ja
se encontrava no apartamento.
Nesse momento, durante a visita
hospitalar habitual, Dr José foi questionado pelo Sr Walker sobre como seria o
pagamento, já que o mesmo era estrangeiro e não dispunha de plano de saúde.
Então, Dr José acertou os valores dos
honorários com o inglês sem dificuldade, porém havia uma impasse de como seria
realizado esse pagamento.
Pra surpresa do médico, o paciente pediu
a sua esposa, Sra Walker, para pegar sua carteira de documentos no armário do
quarto e entregá-lo; assim que a recebeu, sr Walker a abriu, retirou o cartão
de credito e o entregou ao médico: “tome, leve para sua clínica, faça a cobrança
do valor acertado e o traga quando vier pro hospital amanhã! A minha senha é
1918”
Dr José ficou estupefato com essa
atitude do Sr Walker e retrucou logo em seguida: “não, Sr Walker, não posso
levar seu cartão com sua senha!”
Para
surpresa de todos que estavam no quarto do hospital, Sr Walker justificou sua
atitude: “Dr, o senhor me operou, eu confiei no senhor e lhe entreguei o meu
corpo! Leve-o”