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sexta-feira, 13 de junho de 2014

POR: FÄTIMA AZEVËDO - DESENCANTO

Dra. Fâtima Azevêdo - Médica e Membro da Sobrames-CE
DESENCANTO
Hoje tudo mudou.
O dia não amanheceu
O sol seu brilho escondeu
A terra tremeu
E o que era meu se perdeu.
Perdeu-se o encanto
Perdeu-se o sonho
Perdeu-se o canto
Perdeu-se a poesia
Que o meu amor me trazia.
Hoje tudo mudou.
Os ponteiros do relógio
Se movem em sentido oposto
O cuco se escondeu mudo
O dia se esfacelou
O cristal do tempo
Virou caco de cimento
O chá verde embolorou
O bem-te-vi não cantou
Hoje tudo mudou.
Perdeu-se a onda do mar
Perdeu-se a estrela cadente
Perdeu-se a bandeira do barco
Perdeu-se a luz lá da praça
Perdeu-se a paz de minh’alma
Meu amor caiu doente


quarta-feira, 11 de junho de 2014

POR: FÁTIMA AZEVÊDO - BRINCAR COM AS PALAVRAS

Dra. Fátima Azevêdo 
- Médica e Membro da Sobrames-CE

BRINCAR COM PALAVRAS

Meu gosto é brincar com palavras,
Faço isso a qualquer hora,     
Pois a alma me alumia.        
As palavras têm vida,
A depender do dia.
Tem palavra que alivia,
Tem palavra que entristece,
E tem a que embrutece.
Meu gosto é brincar com palavras.
Palavras independentes,
Da própria vontade da gente.
Vão pulando e se assentando,
Aonde lhes der vontade ,
Sem a menor cerimônia,
Vão logo se aboletando.
Podem lhe achar bonita,
Ou a própria Moura-Torta.
Palavras de todo tipo,
Vem bater à minha porta.
Abro na mesma hora,
Pois sempre entra alegria.
Meu gosto é brincar com palavras,
Brincadeira alvissareira,
Que aprendi com meu pai,
Um poeta potiguar,
Tão bom pai quanto escritor.
Me ensinou sobre amor,
Sobre fé e esperança.
Meu gosto é brincar com palavras,
É de berço é uma herança.


sexta-feira, 6 de junho de 2014

POR: ANA MARGARIDA ROSEMBERG - A ROSA DE OURO DO MUSEU CLUNY


Dra. Ana Margarida - Mėdica e Membro da Sobrames-CE

Foto da Rosa de Ouro do Museu Cluny

Foto (detalhe) da Rosa de Ouro do Museu Cluny

Rosa de Ouro do Museu Cluny

A Rosa de Ouro do Museu Cluny



A "Rosa de Ouro", uma obra de arte em ouro maciço, é ofertada pela Igreja Católica Apostólica Romana, como símbolo de reverência e estima, a personalidades, igrejas, governos e governantes que tenham demonstrado lealdade para com a Santa Sé. 

A flor dourada brilhante simboliza a majestade de Cristo, uma alusão aos profetas que diziam ser o Messias “a flor do campo e o lírio dos vales”. Seu perfume, segundo o Papa Leão XIII, mostra o odor de Cristo. Os espinhos relembram a sua paixão. 

A "Rosa de Ouro" surgiu na Idade Média, em data não precisa.

Uma referência à mesma encontra-se na Bula do Papa Leão IX, de 1049, que isentou o convento de Santa Cruz de Woffenhein, na Alsacia, com a condição da abadessa enviar todos os anos uma Rosa de Ouro à Santa Sé. 


A "Rosa de Ouro" mais antiga ofertada pelo papa, que se conhece, foi a de Urbano II para o Fulque IV de Anjou, em 1906.

No Museu da Idade Média de Paris, Musée Cluny, podemos apreciar o exemplar mais antigo que ainda subsiste. 

Encomendada pelo Papa João XXII a Minúquio de Sena, na cidade de Avignon, durante o período em que a referida cidade foi sede do papado (1309 a 1411), a mesma foi ofertada à Rodolfo III de Nidau, em 1330. 
A maior parte das Rosas de Ouro antigas foram fundidas com fins monetários. Os poucos exemplares que subsistem podem ser vistos na Catedral de Benevento, na Basílica de São João de Latão, no Museu Sacro da Biblioteca do Vaticano, no Palácio da Comuna de Sena, no Palácio Imperial de Hofburg, em Viana. Porém, como já citei, o exemplar mais antigo está no Museu Cluny, em Paris.
O Brasil alberga três "Rosas de Ouro". A primeira foi ofertada pelo Papa Leão XIII à princesa Isabel pela abolição dos escravos e encontra-se no Museu de Arte Sacra do Rio de Janeiro.
A segunda foi ofertada pelo Papa Paulo VI, em 1967, por ocasião das comemorações dos 250 anos da descoberta da imagem de Nossa Senhora Aparecida, pelos pescadores, no rio Paraibuna.
A terceira foi ofertada, em 12 de maio de 2007, pelo papa Bento XVI ao Santuário Nacional de Aparecida, durante a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe. As duas últimas estão expostas no Museu da Basílica de Aparecida, em São Paulo. 


Ana Margarida Rosemberg

Paris, 3 de junho de 2014.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

POR: VICENTE ALENCAR - UM AMOR PARA A VIDA INTEIRA

Vicente Alencar - Jornalista e Membro da Sobrames-CE

UM AMOR PARA
A VIDA INTEIRA
Vicente Alencar

Não foi somente 
o início,
nem o meio,
nem o percurso.
O amor
para uma vida inteira,
não tem fim. 
Por isso persiste,
sobrevive.

terça-feira, 3 de junho de 2014

POR: FRANCISCO JOSË PESSOA - FALSA IMAGEM


Dr. Pessoa - Médico e Membro da Sobrames-CE

A MAIS CARA E PERFEITA MAQUILAGEM
QUE LAMBUZA E RESTAURA CERTO ROSTO
POR PRAZER OU SE NÃO A CONTRA GOSTO
TORNA FALSO O SEMBLANTE DA IMAGEM
É O OUTONO TRISTONHO SEM PLUMAGEM
É O ALTO DO CÉU SEM UM CONDOR
É UM JARRO QUEBRADO SEM A FLOR
É A INFÂNCIA SEM UM CONTO DE FADA
EU NÃO VEJO BELEZA EM QUASE NADA
QUE NÃO TENHA BELEZA INTERIOR.


PESSOA

domingo, 25 de maio de 2014

POR: CELINA CÔRTE PINHEIRO - APRESENTAÇÃO DO LIVRO “MANHÃS DE SÁBADO”

Dra. Celina e Dr. Martinho Rodrigues

DISCURSO DE APRESENTAÇÃO DO LIVRO “MANHÃS DE SÁBADO”, DO POETA MARTINHO RODRIGUES.
LOCAL DO LANÇAMENTO – CLUBE DO MÉDICO
DATA – 24/05/2014
TEXTO DE CELINA CÔRTE PINHEIRO
                                                                                 
Em O DIA DA CRIAÇÃO, Vinícius de Morais diz:
Neste momento há um casamento 
Porque hoje é sábado. 
Há um divórcio e um violamento 
Porque hoje é sábado. 
Há um homem rico que se mata 
Porque hoje é sábado. 
Há um incesto e uma regata 
Porque hoje é sábado. 
Há um espetáculo de gala 
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que apanha e cala 
Porque hoje é sábado. 
Há um renovar-se de esperanças 
Porque hoje é sábado...
            E o poeta Martinho Rodrigues brinda a vida com seu livro na tarde deste dia magnífico, à beira da praia, sob o murmúrio do mar, cercado de amigos porque hoje é sábado... O sábado parece ser o dia da semana predileto da maioria de nós. Ontem foi sexta-feira, com a expectativa do sábado e hoje há a expectativa do domingo. O sábado traz em si um sabor delicado, uma aragem diferente, uma promessa de felicidade. Clarice Lispector escreveu um texto denominado ATENÇÃO AO SÁBADO que se inicia assim: Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço...
            Recheado de surpresa e encantamento, chegou-me o convite do amigo Martinho para fazer a apresentação oral de seu livro “Manhãs de sábado” cuja criação pude curtir, paulatinamente, pelo Facebook. Eu já fora seduzida pelo título, para mim repleto de poesia. Sempre gostei das manhãs de sábado. Na infância, era o dia de minha liberdade quando eu, entusiasmada por meu pai, nadava, corria, remava, pescava, pulava corda e vivia despreocupadamente, sem medos ou culpas a ventura do “dolce far niente”, porque era sábado... Ele me levava à beira do Rio Pardo, revelando-me o mundo do mais puro ócio para me ensinar a viver completamente! Por isso me encantei desde o título do livro até a última página escrita pelo poeta, envolto, em cada passo, pelo azul da harmonia e da serenidade do espírito que se prepara para desabrochar no intelecto.
            Em seu livro, o poeta entremeia trechos escolhidos de outros autores, marcantes pela sua forma, pois a palavra em si pode ser fria ou não, dependendo de como é dita ou escrita e encaixada entre as outras. Martinho conduz-nos ao enlevo com pequenos intróitos, seduz-nos, conquista-nos com a habilidade de um mago, transforma-nos emocionalmente em fonte de inspiração e nos prepara para o próximo grupo de seus textos, em poesia ou prosa poética. Escrever exige sensibilidade para nos tornarmos posseiros da palavra e dela tirarmos o encantamento que se esconde por trás da frieza das consoantes e vogais. O poeta Martinho faz isto com maestria,seduz as palavras antes que o encanto adormeça, dedilhando o sexo das partituras até o poema saltar das folhas de papel (pag. 47). Aguça-nos os sentidos, trazendo-nos à consciência o sabor de fruta madura e um aroma de mulher na aragem das manhãs de sábado (pag. 102).
            A mente do poeta é um mar sem terra à vista, tem um mistério difícil de adentrarmos e, por vezes, se torna íntimo como uma onda envolvendo-nos afavelmente.  Martinho é assim!  Articula bem a proximidade e o segredo, é inclusivo e, ao mesmo tempo, nos mantém à distância. Convida-nos à meditação, à reflexão e faz com que o leitor se sinta fonte de inspiração, sobretudo as mulheres. Pretensão a nossa acreditarmos que naquele momento as musas fomos nós... Poetas são poetas e vivem em um planeta azul, onde a Poesia, como se fosse a mulher amada, despida anda na rua, desfiando a madrugada (pag. 57). Chega, trazida pela lua azul que atravessa a janela e desperta um desejo azul que se faz poema.... O poeta corteja o dia, mas namora as madrugadas (pag. 78) e arranca fiapos de ternura quando descreve o inesperado Amor que mesmo batendo tarde à nossa porta, aqualquer hora deve ser bem-vindo (pag.131). Convida-nos, também, à calma. Afinal, para que pressa se a noite é lindaa vida não mais que um segundoo tempo uma ilusão e o dia de amanhã não veio ainda... (pag. 82)
            Nos seus momentos de introspecção, quando se volta para dentro da própria alma, sua amorosidade se expande ainda mais e explode em gotas de doçura, de ânimo, de alegria, capazes de remover de nós a rudeza do cotidiano. Esta se esvai à medida que penetramos no mundo poético de Martinho,  onde a Primavera de Vivaldi fez morada e a delicadeza dos Minuetos de Mozart nos alimenta... Fala das coisas da vida, relembra a infância perdida na idade, mas não no tempo e guarda dentro de si a criança que o ajuda a tecer poemas. Não teme a morte, mas a respeita e pede que tenha voz mansa quando revele o grande segredo (pag. 88). Este é o sonho de todos nós: a morte sorrateira nos pegar dormindo...
            Curtamos, pois, esta tarde de sábado, despidos de rédeas ou grilhões, pelo simples prazer de estarmos aqui, inteiros, ao lado de um médico cuja formação humanista o reveste por completo, como se fosse uma canção de amor.  Saboreemos o néctar poético cuidadosamente produzido pela mente inspirada e inspiradora do poeta Martinho. Agucemos nossa sensibilidade para que o encantamento deste livro nos envolva. Naveguemos nesse mar etéreo, onde as ondas são de vento e o sal não é eterno, deixando-nos sucumbir apenas à delicada poesia do nosso poeta que pinta seus sonhos de azul, com o amarelo esmaece as ausências e com o resplandecente vermelho ilumina seu jardim...
            Para concluir, desejo que este dia preserve o gosto delicado das Manhãs de Sábado, quando a vida interrompe um pouco sua pressa e nos permite ouvir o cicio dos pássaros e do vento. Mergulhem na profundidade deste livro e voltem à tona renovados!

quinta-feira, 22 de maio de 2014

POR:ANTERO COELHO NETO - VALORIZAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA VIDA

Dr. Antero Coelho Neto - Médico e Membro da SOBRAMES-CE

VALORIZAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA VIDA

          Publicado no Jornal O POVO - maio de 2014

Consideramos “Princípio”, como o elemento condicionante de nossos valores que são formados em vários e diferentes momentos de nossa vida.

Assim sendo, os diferentes princípios sociais, morais, religiosos, políticos, familiares, pessoais, etc. são diferentes no tempo e local em que vivemos. Ao fazermos uma avaliação dos diferentes Momentos de nossas vidas,  identificamos poucos ou muitos que são importantes para o êxito ou fracasso.

Vemos, com muita freqüência, que houve uma variação, maior ou menor, de acordo com o tempo ou local em que foram vividos. E ai ficamos sempre pensando o “por que” do ocorrido. Seria esperado que assim tivesse acontecido, ou não fomos suficientemente corretos, valorosos, fortes, preparados ou hábeis?
Temos comprovado que, para melhor acertar, devemos fazer, com freqüência, a mesma avaliação, o que possibilita a continuação ou transformação daquele Momento.

Freqüentemente verificamos que, naquelas épocas passadas, éramos diferentes e os locais passavam por tempos com hábitos, costumes e outras situações familiares, políticas e sociais.

Na literatura, ao lermos a biografia de muitos autores, encontramos variações de comportamentos com o tempo em que são “explicados” e não convincentes para o nosso tempo. Nas biografias mais antigas e re-escritas tempos depois, por outros autores, vemos até modificações muito significativas de interpretações. Isto se encontra, muito freqüentemente, quando Princípios religiosos são defendidos.

E claro que é fundamental Mudar, quando necessário. E o importante é Mudar sempre com Amor à Vida, ao Próximo, à Pátria e que essa mudança seja para o bem, nunca para o mal.

Senhores políticos brasileiros, vamos mudar os seus princípios? Sempre é possível ! Vamos ter a honestidade e a valorização das Causas principais da vida: Saúde.  Educação e Satisfação de Viver? O resto, sabemos há muitos anos, em  todo o mundo, são Efeitos, que muitas vezes se transformam em “Causas” que os governos procuram resolver como fundamentais. Resolvendo os Princípios da Educação e da Saúde, muitos países conhecidos solucionaram a maioria de seus problemas e se desenvolveram com boa qualidade de vida e satisfação de vida.

A situação do Brasil de hoje é muito grave. Quais são os nossos Princípios?  Estamos numa mistura de vandalismo, terrorismo, violência, corrupção e politicagem jamais existente em nosso país. E pela não confiança no governo, nos políticos, na polícia e até na justiça, muitos grupos de pessoas estão tomando a iniciativa de julgar, de roubar e até de matar.

Viva a Liberdade? Assim não! Tenhamos Princípios corretos e humanos. E aí, vamos melhorar os nossos Princípios para a Copa? Não acredito. E se o Brasil perder?

Antero Coelho Neto