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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

POR: MARTINHO RODRIGUES - SER MÉDICO

 
Dr. Martinho Rodrigues - Médico e Membro da Sobrames-CE
SER MÉDICO

Caminhante, sem descanso,
sem direito a dia manso,
vindo desde muito longe...


Não é devasso, nem monge,
mas tem, nas horas vividas,
muitas noites mal dormidas.

Sem domingo ou feriado,
às vezes, é´pai ausente,
marido muito ocupado,
e filho até displicente.

Satisfazer tanta gente,
nem milagre, nem promessa,
mas tudo acaba depressa
se ele infartar, de repente.

Algumas vezes louvado,
muitas incompreendido,
se fica desapontado...
nunca fica ressentido.

A confiança é seu crédito,
carisma é o seu capital.
Nessa luta desigual,
seu dia-a-dia é inédito.

No ofício, a todo o momento,
se muita dúvida tem,
se ampara no juramento,
e na ética, também.

Mesclando sabedoria,
ciência, arte e magia,
do trivial ao estético,
tem a honra de ser médico.

Entre acerto e desengano,
cuidar do sofrer humano
é especial privilégio!
Tendo na vida um colégio
cuja lição lhe apraz,
não sendo avaro, nem tolo,
se oferece algum consolo,
o conforta muito mais.

Martinho Rodrigues (Em Tempo de Poesia pag. 126)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

POR: CELINA CÔRTE PINHEIRO - CIRURGIAS PLÁSTICAS EM EXCESSO




Dra. Celina Côrte Pinheiro - Médica e Presidente da Sobrames-CE
 
Publicado no DN, 13/10/2013                                                               
           
            Um dia desses, vi um ser extraterreno! Parecia gente, mas ao mesmo tempo, um ser de outra galáxia. Possuía dois braços e duas pernas como a maioria dos humanos, cabelos longos e um corpo bastante esbelto. Os cabelos se assemelhavam aos da Pequena Sereia, longos, levemente anelados, em tom avermelhado. As nádegas volumosas e bem arredondadas chamavam a atenção por seu formato semelhante ao de duas bolas de soprar. Quando se virou de frente, percebi duas saliências, igualmente bem arredondadas, no local das mamas... Novamente, a mesma impressão de enormes bolas de soprar. Não havia aquela beleza natural que identificamos em uma pessoa, embora eu reconheça que os padrões estéticos variem entre diferentes culturas. Tudo era artificial, quase assustador e risível. Ela se sentia maravilhosa... Mas não era! Havia se transformado em um novo ser, à custa de muito silicone e outros ajustes cirúrgicos que lhe proporcionaram um corpo bem delineado e um aspecto ficcional. Não era mais deste mundo. E, certamente, pagara bastante por tal transformação.
            A cada dia, mais e mais pessoas se submetem a cirurgias plásticas, no intuito de eternizarem sua juventude ou terem corpos bem definidos. Não sou contra e, muitas vezes, os efeitos auferidos vão além da estética. Uma nova imagem pode contribuir na melhoria da auto-estima e da autoconfiança. O problema, contudo, está no exagero. Qual Narciso, a pessoa não consegue deixar de se mirar no lago encantado do espelho à procura de outras imperfeições que possam ser corrigidas. Passam a buscar mudanças estéticas obsessivamente, na expectativa de que um novo aspecto lhes traga a felicidade eterna. Frustram-se como hedonistas e não se tornam felizes para sempre como prometem os contos de fadas. Transformam-se em seres de beleza duvidosa, com um corpo dissonante e artificial, quando não perdem a vida pelo excesso de vaidade. Precisam mais de um bom terapeuta da alma humana do que de cirurgiões plásticos. A estes, caberia coibir tais exageros, deixando de lado a própria vaidade e o desejo de auferir lucros.

                                                      *****

LANÇAMENTO DA 30ª ANTOLOGIA DA SOBRAMES-CE



terça-feira, 15 de outubro de 2013

REUNIÃO DA SOBRAMES-CE


POR: ANA MARGARIDA - ASCLÉPIO - DEUS DA MEDICINA





Dra. Ana Margarida - Médica e Secretária da Sobrames-CE

 
Estátua de Esculápio - Louvre-Paris - Ala Denon


Texto publicado no Jornal do médico em Revista, ano IX/ nº 52/ setembro-outubro/ Dia do Médico 2013/ página 24.

Asclépio é o Deus da medicina e da cura, na mitologia grega. Os romanos o chamavam de Esculápio. Uma das divindades mais populares do mundo antigo, Asclépio foi cultuado em várias regiões e homenageado em templos e hospitais.

Para muitos, Asclépio pode ter vivido em torno de 1200 a.C. e, depois, ter sido divinizado, pois é citado na Ilíada de Homero como um médico que aprendeu a sua arte com Quíron.

Por outro lado, reza a lenda que o Deus Apolo, filho de Zeus, apaixonou-se por Corônis, uma bela mortal. Ao descobrir que ela o havia traido, Apolo disparou uma seta contra o seu peito. Antes de morrer, Corônis disse que gestava um filho seu. Apolo, desesperado, retirou-o de seu ventre e o levou para que o Centauro Quíron o criasse.

A filha de Quíron prevendo o seu futuro profetizou: Trarás a saúde para todos. Os mortais deverão suas vidas a ti, e a ti será concedido o poder de dar a vida aos que morreram. E assim foi sua existência. Tinha tanto poder em curar e ressuscitar que Zeus o puniu, matando-o com um raio.

Asclépio é representado como um homem de vasta cabeleira, vestido com uma túnica e apoiado em um cajado onde se enrola uma serpente. Às vezes, aparece ao seu lado um menino, seu filho Telésforo, deus da convalescença. Também, pode ser mostrado junto a filha Higéia.

Asclépio viveu em Epidauro com sua esposa Epione, e seus filhos: Higéia (higiene), laso (medicina), Akeso (cura), Aglaia (brilho saudavel), Panacéia (cura para todos os males), Podalirio e Macaão (deuses protetores dos médicos), Telésforo (deus da convalescença) e Arato.

Sobrevivem da Antiguidade várias estátuas de Asclépio e imagens em moedas e camafeus. A estátua de seu principal templo, em Epidauro, era de ouro e marfim, tinha seis metros de altura. Nela, ele aparecia sentado em um trono, pousando sua mão direita sobre uma serpente e a esquerda sobre um cajado. Asclépio foi representado em moedas cunhadas por 46 imperadores romanos.

No Louvre, na ala Denon, existe uma escultura de Esculápio e outra de Higéia. Na Galeria Borghese, em Roma, há um templo dedicado a Esculápio. Os deuses não morrem. Asclépio continua vivo. Ele permanece como símbolo da medicina em inúmeros países do mundo, inclusive na bandeira da Organização Mundial da Saúde.