Eu te olho sem ter pejo.
Existo no teu olhar.
Te vendo sempre me vejo,
O humano a se espelhar!
Eu escuto tua fala,
Que ressoa em meu peito.
Minha alma, então, se cala
Para ouvir-te com respeito!
Ao te tocar o sagrado
Do teu corpo, se faz luz.
Com tato te dou cuidado,
Teu cuidado me seduz!
Teu convívio saboreio,
Temperado com alegria,
Posso dizer, sem receio,
Trocamos sabedoria!
Um cheiro bem carinhoso
Transmite afeto e emoção.
Deixa um perfume gostoso
Quem ama de coração!
Refletem nossos sentidos
Janelas de sentimentos,
São caminhos percorridos
Na busca do entendimento.
Por: Arruda Bastos
A família top 100 e a lágrima que rolou na minha face
Durante mais um final de semana abençoado, repleto de alegrias, atribuições profissionais e familiares, bastou que eu batesse os olhos em uma foto da família na residência da minha irmã Regina, por ocasião do seu aniversário, para que eu sentisse um arrebatador desejo de escrever sobre a família e a graça de ter uma estruturada.
Deitado em uma rede com Marcilia, tendo ao redor meus filhos, e ainda olhando embevecido para o infinito céu azul e a imensidão do mar da praia de Águas Belas, senti a inspiração final para começar a escrever sobre a família. Era a tintura ideal, a moldura e a paisagem que esperava para o tema.
Para começar, necessitava de alguns dados, pois não gostaria de escrever só sobre os consanguíneos, mas sim incluir os afins, que vou me negar no texto a chamá-los de “agregados”, principalmente por reconhecê-los como fundamentais para o crescimento da família, em quantidade e qualidade. São todos muito amados!
Em uma breve pesquisa com minhas lindas irmãs, contabilizamos o número de cem pessoas considerando como início a geração dos meus amados pais. A quantidade me assustou e me fez cair na real que estou realmente ficando velho, embora me sinta como vinho, cada vez melhor, sem sequer notar o peso dos anos, uma vez que estou em plena forma. Resolvi, então, adotar o título de “top 100” em homenagem a todos.
A minha crônica tem por finalidade exaltar a importância da família como base de tudo, nosso porto seguro e um presente de Deus para todos nós. A responsabilidade, portanto, de um casal que inicia uma família é imensa, do tamanho do céu e do mar de Cascavel. A cada dia que passa, com a mudança dos tempos, as drogas, a violência social, as tentações da modernidade e a desagregação familiar, o desafio para as famílias é cada vez maior.
A célula mater de toda família são os pais, a fonte de tudo. Lembro com carinho, então, de Cesar Bastos e Maria de Lourdes, meus pais e principais protagonistas da minha crônica. A semente que fez germinar essa grande e frondosa árvore. Vai aqui minha homenagem a eles que são os protótipos e um exemplo a ser seguido por todos. Encontramos em muitas famílias outros Cesars e Lourdes que, como eles, tem muita dificuldade atualmente para criar seus filhos, mas, que com muito amor e responsabilidade, dedicam suas vidas pelas famílias.
Meu pai é o único da minha família que não está mais entre nós, está no plano superior, intercedendo e cuidando de todos. As lembranças da sua figura de magnífico pai, esposo e filho fez uma lágrima correr na minha face. Se você, assim como eu, não tem mais um dos pais e seus olhos marejaram ao ler esse parágrafo do meu texto, digo que tenho certeza de que você é ou será um excelente exemplo para sua família. Ter o coração aberto e sensível às emoções é muito importante. Não se reprima, demonstre todo seu amor à sua família antes que seja tarde.
Minha família, como a dos meus leitores, não é melhor e nem pior do que as outras, é só a minha família e isso faz toda diferença. É sangue do meu sangue e é por ela que me transformo em um gigante para enfrentar os desafios que a vida nos apresenta. É na família que encontramos forças para encarar as agruras da vida, as dificuldades, as provações, por mais difíceis que elas sejam. Não devemos nos sentir menores ao, sempre que necessário, apelar para o aconchego e o apoio familiar. Nossa família é para Deus o espelho da imaculada família de Nazaré.
Com a música do seriado “A grande família”, dedico essa minha crônica a todas as famílias do mundo. “Essa família é muito unida e também muito ouriçada; briga por qualquer razão, mas acaba pedindo perdão”. É assim que entendo ser família. Que Deus ilumine todos vocês que, como eu, tem uma grande família. Para aqueles que pretendem iniciar as suas e também para quem ainda não valoriza a que tem, digo que ainda é tempo e que o principal fermento para fazer crescer uma bela família é o amor, a união e a fé em Deus.
Por: Ana Margarida Rosemberg
O SELO NA LUTA CONTRA
A TUBERCULOSE
O selo antituberculose, símbolo da luta contra a
tísica no Mundo, teve a sua origem nos últimos anos do século XIX e difundiu-se
em mais de 60 países.
Em 1897, foram emitidos os mais antigos em Nova Gales
do Sul e traziam a efígie da Rainha Vitória. Editados na ocasião do Jubileu de
Diamante da referida rainha, tiveram suas vendas destinadas aos tuberculosos de
Sidney.
Os primeiros países do Mundo a editarem selos foram:
Nova Gales do Sul, Portugal, Dinamarca, Suécia, Países Baixos, Áustria,
Noruega, Baviera, Islândia e Finlândia. Os selos antituberculose difundiram-se
no Mundo graças ao dinamarquês Einar Hollboel, funcionário dos correios, que,
em 1904, teve a iniciativa de criar todos os anos selos no natal. Foi editado
um selo com a efígie da Rainha dinamarquesa que era tuberculosa.
Em Portugal, a Assistência Nacional aos Tuberculosos
(ANT), encampando a ideia, lançou um selo com o retrato da Rainha Dona Amélia,
que, também, era tísica, e teve boa receptividade. A partir daí, disseminou-se
em muitos países, inclusive no Brasil, e outros países da América Latina.
A Federação Brasileira das Sociedades de Tuberculose
(FBST), a Sociedade Brasileira de Tuberculose (SBT) e as Ligas: Pernambucana, “Bahiana”,
Riograndense do Sul e Paulista, entre 1927 e 1955, editaram selos, como
instrumentos de educação sanitária e como meio de obter recursos para a luta. A
Liga Paulista editou 14 campanhas. Os selos das três primeiras traziam as
efígies de três grandes tisiólogos fundadores da Liga Brasileira Contra a
Tuberculose: Azevedo Lima, Hilário de Gouveia e Cypriano de Freitas. Quase
todos os selos editados por Clemente Ferreira, pioneiro da luta contra a
tuberculose no Brasil e presidente da Liga Paulista contra a Tuberculose,
traziam a seguinte frase: “Pró-tuberculosos pobres”.
Os selos foram valiosos instrumentos de educação
sanitária. A partir da década de 1920, todos os selos editados pelas
associações filiadas à União Internacional contra a Tuberculose (UICT) passaram
a exibir a Cruz de Lorena, outro ícone na luta contra a tísica. Segundo
Rosemberg, a Cruz de Lorena e o Selo Antituberculose erigiram-se em símbolos de
maior curso internacional de toda a história da medicina.